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quarta-feira, 17 de abril de 2013

As minorias e seus paradigmas - versão I



Às vezes, as palavras mal empregadas causam grandes discórdias ou quando você se determina a lutar também passa a ser mal interpretado. Vou te fazer apenas uma pergunta: Se seu filho sofresse um acidente e passasse a ser um deficiente físico, como você enxergaria a vida daí para frente? Será que você teria a mesma felicidade que antes? Sim ou não? Pois é...!!! Imagine agora as pessoas que antes adoravam sair com ele passassem a lhe abandonar uma a uma? Piorou né...? Agora imagine que além da tristeza e do abandono, as pessoas passassem a lhe perseguir? Legal, né...? Pois é...!!! É assim que a maioria dos deficientes físicos vivem quando se determinam a lutar e a vencer obstáculos. Geralmente os deficientes físicos não dão uma de coitadinhos, muito pelo contrário, eles lutam por seu espaço. 

Vivemos numa sociedade extremamente preconceituosa e sectária. Agora vamos tirar a figura do deficiente físico e por a figura da mulher, prestem bem a atenção na linha de raciocínio: a mulher quando se determina a lutar por seu espaço sofre pressão às vezes dos pais e irmãos, depois sofre pressão do marido e por último sofre pressão dos filhos. – Ora, ela é mulher dizem as pessoas, tem que cumprir o papel de filha, esposa e mãe. Aí começam as cobranças e perseguições, pois a sociedade lhe deu um papel para cumprir. Pergunto agora: por que as mulheres lutam e sofrem tanto para quebrar esse estigma? Simples: Elas estão lutando contra o preconceito e assim, conseguindo quebrar paradigmas e abandonando as diretrizes que a sociedade lhe deu. Assim é o deficiente físico, a sociedade espera dele um papel de cidadão de segunda classe, ou seja, com apenas o necessário para viver. Quando o deficiente resolve lutar para ter seu lugar ao sol e galgar mais espaço na sociedade, ele passa a incomodar assim como as mulheres que lutam. Essa é a tênue linha que separa o mundo dos deficientes físicos ao mundo das mulheres, ambos são minorias.

Nos dois exemplos observasse algo em comum: os dois grupos sofrem preconceito e até são vítimas de violência. A sociedade bate e massacra até o deficiente ou a mulher enxergar o seu papel e passar a ficar “mais humilde no seu canto”, a sociedade pergunta: Para que uma mulher ou deficiente necessita de tantas conquistas? Não se contentam com pouco? Um emprego ou cargo qualquer não basta? São essas colocações que a sociedade tem que refletir. 

Você que é dita pessoa normal, bela e formosa acha que as oportunidades que os deficientes têm são iguaizinhas as suas? Olhe para dentro de você e pense. Será que ao invés de persegui as minorias não seria mais interessante você provar que é tão capaz quanto um deficiente determinado ou uma mulher determinada, ensinando-lhes o caminho das pedras? Pare é pense: Você se sentiria bem se começassem a perseguir seu filho se ele fosse deficiente ou sua filha por ser do gênero feminino?

Quando falamos do nazismo a primeira coisa que vem a mente é a covardia que os judeus sofreram. Nos tempos atuais não é diferente. Você acha justo perseguir minorias, ou seja, deficientes, mulheres, crianças, idosos, negros? Qual a diferença dessas pessoas para os judeus no nazismo? Resposta: nenhuma. Pois todos são bodes expiatórios da sociedade, que para poder existir, ela a sociedade, precisa massacrar quem está em baixo. Para massacrar quem está em baixo, a primeira ferramenta usada é atingir a reputação dessas minorias para justificar o ato covarde da perseguição, pois sem esse método a sociedade repugnaria a atitude. Vejam como funciona: Uma mulher que vai a luta por melhores condições de vida, acaba sempre constrangendo alguém por sua atitude guerreira, então a pessoa “ofendida” pela determinação dessa mulher vai logo procurar adjetivos depreciativos para qualificar essa mulher ou até imputar-lhe um crime que ela não cometeu, pois sem esse subterfúgio suas ações não se justificariam, e aí passam a colocar em cheque a reputação dessa mulher, para lá na frente dizer que perseguiu ou ofendeu porque ela assim o fez por merecer.  

Então senhores, fica bem claro que nós minorias não queremos guerras, queremos sim conquistas e um lugar ao sol, nada mais...!!! Um detalhe muito relevante que vocês podem observar, normalmente os deficientes não guardam mágoas ou rancores, são pessoas generosas e de boa índole. Nós aprendemos a deletar o passado. Aprendemos a deixar o passado no passado. Preocupamos-nos sim, com o presente e com o futuro de nossa gente, nossa cidade, nosso estado, nosso país. Para finalizar lutamos por um mundo melhor, mais humano e mais justo. Não a guerra, sim a paz.

Autor: Ciro Rod

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