Saber

O saber é humano, a sabedoria é divina...

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Dilma pode ser a mulher mais poderosa do mundo, diz jornal


A candidata petista à presidência Dilma Rousseff é o assunto principal de uma reportagem publicada pela versão online do jornal britânico The Independent, que se referiu a ela como uma "ex-guerrilheira prestes a se tornar a mulher mais poderosa do mundo".

"Como líder de Estado, a presidenta Dilma Rousseff superaria Angela Merkel, chanceler da Alemanha, e Hillary Clinton, secretária do Estado dos Estados Unidos: seu enorme país de 200 milhões de pessoas está festejando sua nova riqueza em petróleo", diz o texto. "A taxa de crescimento do Brasil, rivalizando com China, pode ser apenas invejada pela Europa e por Washington".

A publicação lembra o passado de Dilma na luta contra a ditadura, período no qual foi torturada, e afirma que a candidata se beneficia da grande popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, especialmente pela estabilidade econômica que o País apresenta.

"Casos recentes sobre irregularidades financeiras dentro de seu quadro de funcionários parecem não ter prejudicado sua popularidade", avalia.

A reportagem ressalta que a vitória de Dilma está praticamente certa, sendo que a petista aparece a mais de 20 pontos percentuais à frente nas pesquisas eleitorais em relação ao segundo colocado, o candidato do PSDB José Serra, que é referido como um "homem do centro sem inspiração".

Segundo o Independent a eleição da petista será saudada por milhões e marcará o fim de um "estado de segurança nacional", um "acordo que os governos conservadores dos Estados Unidos e da Europa uma vez viram como o melhor artifício para limitar a democracia", mantendo boa parte da América Latina na pobreza, enquanto favorecia os países ricos."

Fonte: http://noticias.terra.com.br

Supremo aprova ação do PT: eleitor só precisará de um documento para votar


Por oito votos a dois, os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) aprovaram a Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) apresentada pelo PT, pedindo que a Suprema Corte negasse a decisão da Justiça Eleitoral de cobrar do eleitor, no dia da votação, a apresentação do título de eleitor e de um documento de identidade com foto.

Com a decisão, o eleitor não é mais obrigado a levar dois documentos para votar, ou seja, de porte de apenas um documento com foto é possível votar; só com o título de eleitor, não.

Em seu parecer, a ministra-relatora do caso, Ellen Gracie, ponderou que a dupla documentação era “desnecessária”. “Entendo que não é cabível que coloque como impedimento ao voto do eleitor (...) [Assim] a ausência do título de eleitor não impediria o exercício do voto”, detalhou a ministra, que teve apoio dos ministros José Antonio Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Carlos Ayres Britto e Marco Aurélio Mello.

Antes da conclusão da decisão, a ministra frisou que com a decisão o documento “não se torna inútil”, apenas dispensável. “Quem trouxer o título, será atendido com mais celeridade (...) Segue-se exigindo ambos os documentos, mas a ausência do título não impede o direito de votar”.

Na ação, o Partido dos Trabalhadores também afirmava que a retirada do direito de votar pela ausência do título acabaria “por cassar o exercício da cidadania do eleitor”.

Os votos contrários à decisão foram do ministro Gilmar Mendes e do presidente do STF, Cezar Peluso. Mendes pediu vista nesta quarta-feira (29), adiando a decisão sobre o tema para hoje.

A argumentação contrária de Mendes é que “uma liminar a três dias da eleição” seria um fator de “desestabilização do processo eleitoral”.

Já Peluzo, contrariado por fazer parte da minoria, disse: “acabou de ser decretada, a partir de hoje, a abolição do título eleitoral”.

Vale lembrar

O prazo para a solicitar a segunda via do título de eleitor termina nesta quinta-fera. O pedido pode ser feito em qualquer cartório eleitoral, mesmo se o eleitor estiver fora do seu domicílio eleitoral.

Para as eleições deste ano, 135.804.433 brasileiros estão aptos a votar para presidente, governador, senador, deputado estadual, federal e distrital, segundo o TSE.

Fonte: http://eleicoes.uol.com.br

Debate de hoje na TV é a última chance para candidatos


A dois dias das eleições, e num cenário em que a candidata Dilma Rousseff (PT) se empenha em garantir sua vitória já no primeiro turno, a TV Globo promove hoje, às 22h30, o último - e mais importante - debate presidencial na TV. A mediação será feita pelo apresentador William Bonner. Lá estarão, além de Dilma, seus rivais José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL).

Para Serra e Marina, é a última e decisiva chance de crescer junto ao eleitorado, plantar armadilhas para que Dilma cometa erros e tentar, assim, levar a disputa para o segundo turno. Tudo indica, pelo que se viu nas últimas semanas, que terão pela frente uma rival mais preparada que nos primeiros debates. É de esperar, também, que Marina bata mais forte nos dois e que Serra não repita as críticas e cobranças fortes que, nos debates anteriores, só o prejudicaram.

Mesmo à frente nas pesquisas, a candidata petista achou, assim como sua equipe, que era mais prudente comparecer, não repetindo o que fez há quatro anos atrás o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no debate equivalente - o último do primeiro turno. Favorito para a reeleição, Lula tomou, na época, a decisão de não aparecer.

Foi cobrado e criticado por cerca de duas horas pelos rivais, entre os quais Geraldo Alckmin (PSDB), Anthony Garotinho (PDT) e Heloísa Helena (PDT). A razão maior das críticas era o escândalo dos aloprados, divulgado nas semanas finais da campanha. Por pequena diferença, Lula não conseguiu maioria absoluta e a decisão ficou para o segundo turno.

Cinco blocos

O debate terá cinco blocos. O primeiro e o terceiro terão temas determinados; o segundo e o quarto, temas livres. O último será dedicado às considerações finais. As perguntas serão feitas sempre de candidato para candidato. Cada uma terá 30 segundos. A resposta, dois minutos. A réplica terá um minuto, mesmo tempo da tréplica. 

Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo

Em MS, 333 candidatos disputam os votos de 1,7 milhão de eleitores


Em Mato Grosso do Sul os 1.702.511 eleitores aptos a votar vão escolher seis nomes entre 333 candidatos cadastrados na una eletrônica. No total, incluindo os candidatos a vice-presidente, vice-governador, primeiros e segundos suplentes de senador, são 355 nomes registrados no sistema de votação.

Os eleitores de Mato Grosso do Sul terão que escolher um entre nove candidatos à Presidência da República, um entre três candidatos ao Governo do Estado, dois entre cinco na corrida ao Senado, um entre 70 candidatos á Cãmara Federal e um entre 246 na disputa pelas cadeiras da Assembleia Legislativa.

Como cada eleitor terá que escolher seis candidatos – presidente, governador, dois senadores, deputado federal e deputado estadual – a Justiça Eleitoral está estimulando a cola – um modelo de cédula com os números dos candidatos anotados.

De acordo com o TRE, 1 milhão e 702 mil e 511 eleitores estão aptos a votar em Mato Grosso do Sul. Em todo Estado devem funcionar 5.149 seções eleitorais. Na Capital, são 541.716 eleitores em 1.507 seções.

A Justiça Eleitoral mobilizou para as eleições de domingo 54 juízes e 54 promotores eleitorais e 20.596 mesários em todo o Estado. Serão empregadas na votação 6.227 urnas eletrônicas, sendo 1.078 reservas. Outras 442 urnas serão adaptadas para atender os deficientes visuais com recurso de fone de ouvido e áudio. No total, incluindo as forças de segurança, serão mobilizadas 50 mil pessoas.

Gastos

Nestas eleições o TRE-MS prevê gastos de R$ 4.724.842,00. Nesse valor estão incluídos custos com alimentação, combustível, compra de material de consumo e de equipamentos permanentes, além dos gastos com água, energia e outros consumos que, no período eleitoral aumenta. O custo médio por eleitor no Estado, em relação ao orçamento destas eleições, é de R$ 2,78.

Em Mato Grosso do Sul, existem 479 seções em locais de difícil acesso. Desse total, o TRE utilizará o sistema via satélite BGAN para transmitir os votos de 169 seções, que abrigam 41.886 eleitores. As outras 310 seções em locais de difícil acesso que possuem 84.959 eleitores não utilizarão o sistema via satélite.

Dois documentos

A partir destas eleições, o eleitor terá que levar dois documentos – o título e um documento oficial com foto. Como documento oficial serão aceitos a carteira de identidade ou documento de valor legal equivalente (identidade funcional), carteira de trabalho ou de habilitação com foto e certificado de reservista ou ainda o passaporte. Já as certidões de nascimento ou casamento não serão admitidas como prova de identidade.

Baseado em informações das últimas eleições, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) calcula que o eleitor brasileiro levará, em média, 1 minuto e 30 segundos para votar no próximo dia 3 de outubro.

Cartórios eleitorais

No total, são 54 Zonas Eleitorais no Estado, sendo 6 na Capital (8ª ZE, 35ª ZE, 36ª ZE, 44ªZE, 53ª ZE e 54ª ZE) e 48 no interior. Os telefones e endereços dos locais de votação e seções de todas as Zonas Eleitorais, e a lista com o nome e número dos candidatos estão na página do TRE-MS (www.tre-ms.gov.br). Além disso, o eleitor poderá obter informações através do telefone 3327-1498.

Voto em trânsito

O local de voto em trânsito funcionará na Missão Salesiana, na Rua Barão do Rio Branco, 1.811, Centro (antigo museu Dom Bosco). Serão 1.847 eleitores no 1º turno e 1.770 num eventual 2º turno, distribuídos nas seções eleitorais números 288/291, 289 e 290. Os eleitores poderão realizar a consulta do local de votação em trânsito no sitio do TSE. O link para consulta pelo nome do eleitor ou pelo nº do título está disponível em: www.tse.gov.br
  
Fonte:  TV Morena  

Street View do Google Maps chega ao Brasil


O Google começou a liberar já na manhã desta quinta o Google Street View no Brasil. O produto estará disponível, no total, em 51 cidades em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, incluindo regiões metropolitanas e, no caso de Minas, cidades históricas.

O Street View é uma funcionalidade do Google Maps que permite navegar pelos mapas em primeira pessoa. Com o lançamento, o Brasil se torna o primeiro país da América do Sul a ter imagens desse nível de definição no Maps. Os próximos passos no continente, de acordo com a empresa, devem ser Argentina e Chile.

São Paulo está praticamente inteira mapeada, incluindo grande ABC, parte de Campinas e de Jundiaí. Alguns pontos dessas regiões, mesmos centrais, não são acessíveis ainda. Mas o Google avisa que, se uma rua estiver mapeada no Google Maps, a foto eventualmente será tirada e incluída no produto.

O diretor de produtos em mapas do Google Brasil, Marcelo Quintela, explica que o objetivo do Google é disponibilizar imagens no Street View para o país todo em dois anos – mas que a captura pode demorar mais. “Só vamos parar quando tivermos o Brasil todo no mapa”, explicou.

A visualização, principalmente em pontos turísticos, é complementada com fotos de usuários. Um bom exemplo é o Cristo Redentor, no Rio – o carro do Google não sobe até a estátua, e o Google Street View para na Escada do Corcovado. Mas é possível chegar ao Cristo, de vários ângulos e até com zoom, usando as centenas de fotos tiradas pelos usuários.

Lugares como esse, em que o carro não pode entrar, serão mapeados usando a Trike, uma bicicleta equipada com as câmeras de alta definição. E os usuários poderão escolher onde querem que a Trike entre através de votação no site Explore o Street View. Alguns pontos turísticos – como o Pão de Açúcar – podem ser vistos de diversos lugares diferentes.

Fonte: http://www.estadao.com.br

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Cola Eleitoral e Simulador da Urna Eletrônica TSE


Cola eleitoral: imprima e preencha com os dados dos candidatos

TSE autoriza eleitor a levar 'cola' para a cabine no momento de votar.

Horário de votação neste domingo (03/10) vai das 8h às 17h.

A Justiça Eleitoral permite que o eleitor leve para a cabine de votação uma cola preenchida com os nomes dos candidatos que escolheu para presidente, governador, senadores, deputado federal e deputado estadual. Clique numa das opções abaixo para imprimir a sua:

Acesse:



Acesse:


Fonte: G1 e TSE

Servidores do Judiciário Federal e do MPU ameaçam greve


Um grupo de aproximadamente 100 servidores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União (MPU) protestou, nesta manhã (28/09), em frente à entrada do Supremo Tribunal Federal (SFT), contra a falta de previsão na Lei Orçamentária Anual (LOA) 2011, para o pagamento da revisão dos planos de cargos e salários (PLS). A categoria, que tem uma plenária marcada para o próximo dia 9, promete entrar em greve nacional já na primeira quinzena de outubro. Além do ato em Brasília, houve protestos pontuais nos estados, que incluíram paralisações momentâneas.

O coordenador-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e MPU (Fenajufe), Ramiro López, explica que a luta é para equiparação dos salários da categoria com funções semelhantes exercidas no Legislativo e Judiciário. "Hoje, há uma defasagem média de 50% nos salários de cargos de auxiliar, técnico e analista. Há casos em que a diferença chega a 100%", afirma o sindicalista. Atualmente, o pagamento para esses servidores varia entre cerca de R$ 2 mil a R$ 6 mil.

Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br

Bancários prometem greve para a 0h desta quarta-feira


A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito (Contec), anunciaram que os bancários de todo o país deflagrarão greve por tempo indeterminado a partir deesta quarta-feira (29/9). A categoria realiza assembleia geral em São Paulo, neste momento, para formalizar a paralisação que começará à 0h desta quarta-feira.

Após um mês de negociações a proposta patronal foi a do reajuste de 4,29%, que equivale a reposição inflacionária medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Os bancários, entretanto, exigem correção de 11%, aumento do piso para R$ 2 mil e medidas para o combate ao assédio moral. O sindicato de Brasília já confirmou a adesão à greve.

"A pauta sindical repete pedidos de anos anteriores e traz um grande número de itens já discutidos e sobre os quais não tem havido acordo entre as partes. São itens como emprego em geral, que não podem ser tratados na convenção coletiva, pois interfeririam na gestão de cada banco", divulgou a Fenaban, em nota.

Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br

Por que as eleições no Brasil são importante no cenário internacional


As reservas do pré-sal ajudam a aumentar o interesse internacional

Uma democracia gigante, com 135 milhões de eleitores, e com um sistema de votação elogiado internacionalmente, o Brasil deverá atrair a atenção mundial durante a escolha de seu próximo presidente, no dia 3 de outubro.

O interesse pelo pleito, no entanto, vai além de uma simples curiosidade pelo processo eleitoral do país: o mundo quer saber quem governará uma nação de economia ascendente e com um papel geopolítico cada vez mais forte.

Por outro lado, a maior projeção do país também chama a atenção internacional para questões internas - e muitas vezes nem tão positivas, como a violência e a pobreza.

As preparações para a Copa do Mundo de 2014 e para a Olimpíada de 2016, além da exploração das reservas do pré-sal, completam o quadro de um país que tende a estar com sua imagem cada vez mais exposta à comunidade internacional.

Veja os principais motivos que levam as eleições brasileiras a serem alvo de atenção internacional.

Economia

Poucos países deixaram a crise financeira internacional para trás de forma tão rápida quanto o Brasil. O Produto Interno Bruto (PIB) deverá crescer perto de 7,5% este ano, após uma retração de 0,2% em 2009 - resultado que, apesar de negativo, ficou acima da média, considerando as principais economias do mundo.

Mas não é só a rápida recuperação que vem animando investidores estrangeiros. Com um crescimento médio de 4,8% de 2002 a 2008, o Brasil tem conseguido aliar expansão econômica com inflação sob controle.

O resultado é uma crescente classe média com apetite para o consumo, que tem sido o principal motor da economia do país. Somente no 1º semestre deste ano, a demanda interna cresceu 8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Mas o próximo governo também terá desafios: a taxa de juros do país, descontada a inflação, é uma das maiores do mundo. A carga tributária chega a 36% do PIB, a maior da América Latina, e o país investe pouco, o equivalente a 17,9% do PIB - quando na China e na Índia chega-se a 43% e 34%, respectivamente.

Mas o ambiente macroeconômico favorável, somado a projetos vultosos (dentre eles a exploração de petróleo em camadas profundas e a realização da Copa do Mundo em 2014) deixam os investidores otimistas quanto ao Brasil. Muitos deles, inclusive, já veem o país entre as cinco maiores economias do mundo em um prazo de 15 anos.

Papel geopolítico crescente

Os defensores da diplomacia brasileira costumam dizer que o Brasil "mudou seu patamar" nas relações internacionais e que não existe mais "mesa" em que o país não esteja representado.

Ainda que essa maior participação seja motivo de controvérsia entre os especialistas, o fato é o que o Brasil vem se tornando cada vez mais atuante em determinados fóruns internacionais, sobretudo quando o assunto é economia e meio ambiente.

Um exemplo desse novo papel geopolítico está na participação do país no G20 financeiro, que ganhou destaque em função da crise internacional de 2008.

O Brasil tem aumentado sua participação em fóruns internacionais

O Brasil tem sido uma das principais vozes dentre os emergentes em busca de uma nova ordem econômica mundial, com maior peso para esses países em organismos como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.

Dono da maior floresta tropical do mundo e grande usuário de energia limpa, o Brasil também se tornou presença constante nas discussões sobre mudança do clima no âmbito das Nações Unidas.

Em novembro do ano passado, o país figurou, ao lado de Estados Unidos, União Europeia, China, Índia e África do Sul, entre os principais negociadores da reunião de Copenhague sobre mudanças climáticas.

Os mais críticos, no entanto, argumentam que, apesar dessa maior participação, o país está longe de alcançar resultados concretos, já que o sistema internacional continua sendo conduzido pelas grandes potências.

Política externa mais agressiva

Não é apenas nos fóruns internacionais que o Brasil tem tido papel mais agressivo: a política externa bilateral também se acentuou nos últimos anos, com maior destaque para as relações Sul-Sul.

De olho em uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU, o país vem buscando um maior alinhamento com governos de regiões até então pouco exploradas pelo Itamaraty, caso da África e do Oriente Médio.

Recentemente, o Brasil atraiu os holofotes internacionais ao intermediar, junto com a Turquia, um acordo nuclear com o Irã, gerando certa insatisfação no governo americano.

Ao mesmo tempo em que é saudada pela diplomacia brasileira, a aproximação com o governo de Mahmoud Ahmadinejad tem gerado uma série de críticas a Brasília, que não estaria usando sua influência junto ao país persa para tentar atenuar supostos abusos em direitos humanos.

A aproximação com o Irã foi criticada por alguns setores

O aprofundamento das relações com países africanos também tem sido uma importante marca da diplomacia brasileira, interessada não apenas em ampliar seu leque de aliados políticos, mas também diversificar suas opções de investimento no exterior.

Por outro lado, alguns analistas costumam apontar um certo "excesso" nas pretensões brasileiras. O argumento é de que a diplomacia brasileira estaria colocando a ideologia política à frente dos interesses econômicos e comerciais do país.

População

Com uma população de 191 milhões de pessoas, o Brasil é o quinto maior do mundo nessa categoria, atrás apenas de China, Índia, Estados Unidos e Indonésia.

Considerando a taxa média de fecundidade entre 2002 e 2006, que foi de 1,5 filho por mulher, o Brasil chegará ao ano de 2020 com uma população de 207 milhões de pessoas, segundo estimativas.

Apesar da tendência de queda, a parcela dos jovens no país ainda é expressiva: cerca de 32,8% da população é formada por pessoas com até 19 anos de idade. Há dez anos, porém, essa mesma parcela era de 40%.

Esse crescimento impõe uma série de desafios ao país, dentre eles uma melhor estrutura em transporte e moradia. De acordo com a ONU, o Brasil tem 8,27 milhões de pessoas vivendo em favelas.

Agricultura e pecuária

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de alimentos

Se por um lado o Brasil ainda deixa a desejar quando o assunto é a produtividade na indústria, o mesmo não se pode dizer do campo: o país é um dos maior produtores de alimentos do mundo e ainda tem um alto potencial de expansão.

Nos últimos dez anos, a produção total de alimentos saiu de 80 milhões de toneladas para quase 150 milhões - um crescimento de 87%. O país é o maior exportador mundial de suco de laranja, açúcar, frango, carne bovina e café, além de ser o segundo maior em soja.

Diante do crescimento da população mundial e da necessidade de abastecer um maior número de pessoas com uma dieta cada vez mais diferenciada, alguns especialistas têm apontado o Brasil como "celeiro" do mundo.

O apelido leva em consideração não apenas o que o país produz e exporta atualmente, mas principalmente seu potencial de expansão: segundo as Nações Unidas, o Brasil tem 50 milhões de hectares de terra sob cultivo e outros 300 milhões de hectares aráveis, mais do que qualquer outro país.

Mas apesar do espaço "de sobra", a expansão do cultivo deverá esbarrar em alguns desafios, como a qualidade de vida no campo e a pressão sobre áreas protegidas.

Para muitos ambientalistas, uma possível alta nos preços das commodities, somada a uma fiscalização ineficiente, podem colocar em risco os biomas da Amazônia e do Cerrado.

Desafios sociais

O Brasil vem conseguindo melhorar seus principais indicadores sociais nos últimos anos, muitas vezes em consequência do crescimento econômico e de uma inflação sob controle.

O país continua sendo um dos mais desiguais do mundo em distribuição de renda

De 2003 a 2008, cerca de 32 milhões de brasileiros deixaram as classes D e E, ingressando nas classes A, B e C, segundo estimativas da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

No que diz respeito ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que considera riqueza, educação e expectativa de vida ao nascer, o país tem melhorado seu desempenho a cada ano, mas ainda está na 75ª posição dentre 115 países - praticamente o mesmo patamar verificado em 2002.

Quando a desigualdade de renda é contabilizada, o país tem um desempenho pior do que a média da América Latina, segundo a ONU.

As diferenças regionais também constituem um dos principais desafios do país nos próximos anos. Um levantamento recente do IBGE mostra que 99,8% das cidades do Estado de São Paulo eram servidas com rede de esgoto em 2008, enquanto no Piauí apenas 4,5% dos municípios eram atendidos.

Outro tema que costuma atrair a atenção internacional para o Brasil, a violência ainda tem indicadores que colocam o Brasil no topo dos rankings mundiais.

Ainda que o indicador tenha melhorado nas capitais, a taxa média de homicídios ainda é alta: 25,2 para cada grupo de 100 mil habitantes.

Fonte: BBC Brasil

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul, decreta emergência após temporal


CAMPO GRANDE - O município de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, decretou situação de emergência após temporal. A cidade foi varrida por ventos de 110 km por hora durante temporal. Uma morte foi confirmada, mas há informações não oficiais de que outras três pessoas teriam morrido em decorrência das chuvas e queda de granizo.

Equipes do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar estão levantando informações sobre os estragos. A chuva de granizo começou por volta da meia-noite e durou cerca de três horas. Esta manhã, voltou a chover forte na cidade.

Até agora, foi confirmada uma morte em consequência do temporal. Aparecida de Souza Dias, 58 anos, morreu atingida por uma viga, quando a casa dela desabou no bairro Nova Alvorada. A prefeitura está orientando a população desabrigada a procurar o abrigo na Vila Vicentina.

Fonte: http://oglobo.globo.com

Dilma faz apelo para que militância vá para as ruas nos últimos dias


Brasília - Após a indicação da possibilidade de um segundo turno nas eleições presidenciais, apontada pela pesquisa Datafolha divulgada hoje (28/9), a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, fez um apelo à militância de sua campanha para que busque votos. Na pesquisa, Dilma aparece com 46% das intenções de voto, seguida pelo tucano José Serra, com 28%, na pesquisa estimulada. O levantamento apontou ainda um crescimento da candidata verde, Marina Silva (PV), que apareceu com 14% das intenções de voto.

Resultados da pesquisa mostram ainda que a candidata Dilma tem 51% dos votos válidos, José Serra (PSDB), 32%, e Marina Silva (PV), 16%. Ela teve queda de 3 pontos, considerando o levantamento anterior.

“Estamos em um momento das eleições em que é normal que haja subidas e descidas. Temos que aguardar o que vai acontecer daqui para frente, mas o que eu queria fazer nesse momento é um apelo para minha militância, para não esmorecer, ir para as ruas, disputar voto a voto”, disse a candidata ao fazer campanha na rodoviária de Brasília ao lado de políticos locais.

Dilma se preocupou ainda em dar um conselho para que a militância não aceite provocações. “Peço três coisas: serenidade, determinação e muito amor do coração”, disse a candidata. “Temos que continuar tendo uma atitude serena em todo processo eleitoral, manter o nível, não brigar, não ter baixaria”, disse Dilma.

A candidata também negou que sua campanha tenha se precipitado em confiar na vitória em primeiro turno. “Não houve precipitação. Ninguém hoje tem como antecipar nada. Para saber isso [se terá ou não segundo turno] só fazendo eleições. É por isso que não pode subir no salto alto. É por isso que não pode achar que já ganhou.”

Quanto ao desempenho de Marina Silva nas pesquisas eleitorais a poucos dias do pleito, Dilma disse que considera esse crescimento “normal”. “Dei para achar tudo normal. Não acho que a gente está em condições de dizer o que vai acontecer”, disse a candidata que não se arriscou em dizer quem ela poderá enfrentar no segundo turno. “Só se eu fosse completamente louca para responder a uma pergunta dessas”, disse Dilma.

Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br

Apenas um terço da população mundial com HIV tem acesso a tratamento


Permanência de barreiras eleva o número de infectados para 33,4 milhões de pessoas, diz relatório

GENEBRA - Apenas um terço da população mundial portadora do vírus HIV tem acesso a remédios para tratamento, apesar de nos últimos anos a situação ter melhorado em alguns países de renda baixa e média.

Em um relatório conjunto feito pela Unaids (programa da ONU para a aids), pelo Unicef e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) publicado nesta terça-feira, 28, em Genebra, as entidades alertam que as metas impostas pela ONU aos países em 2006 (de universalizar o acesso à prevenção e ao tratamento da doença até 2010) são de conquista "improvável".

A permanência de barreiras eleva o número mundial de infectados por HIV para 33,4 milhões de pessoas, uma quantidade que "desafia a saúde pública" em termos de abastecimento e disponibilidade de tratamentos, segundo o texto.

No final de 2009, 5,2 milhões de adultos e crianças recebiam tratamento contra o HIV no mundo, contra 4 milhões no ano anterior, o que configura um aumento da cobertura dos infectados de 28% para 36% - pouco mais de um terço da população mundial contaminada.

No entanto, segundo o relatório, apesar dos resultados encorajadores dos últimos anos, o financiamento está estagnado por causa da crise econômica mundial. Por isso, as entidades pedem para que países, doadores e organismos que continuem contribuindo com essa causa.

"Muitos países demonstraram que é possível universalizar o acesso", disse nesta terça o diretor para HIV, Tuberculose e Malária da OMS, Hiroki Nakatani. Ele destacou que 15 países, entre eles Botsuana e África do Sul, elevaram a distribuição de antirretrovirais para 80% das mulheres grávidas portadoras do vírus da aids. Além disso, oito países, como Cuba, Camboja e Ruanda, alcançaram o acesso universal para tratamento de adultos.

"No entanto, esse é um compromisso inacabado, e devemos aumentar os esforços para os próximos anos", afirmou Nakatani. Assim, ele anunciou que o objetivo de 2010 será adiado para 2015 e que, embora a estagnação dos financiamentos tenha desacelerado o processo, o progresso em locais como a África Subsaariana - a mais atingida pelo HIV - "oferece esperança", com um aumento da cobertura do tratamento de 32% para 41% em um ano. Nessa região, menos de 40% dos portadores conhecem seu estado sorológico.

No campo da prevenção, 67 milhões de pessoas em 100 países se submeteram a um teste de diagnóstico de HIV em 2009, um crescimento considerável em relação ao ano passado, embora, de acordo com o relatório, isso seja "insuficiente".

Em contraste com esses números negativos, subiu o número de países de renda baixa e média que iniciaram atividades de prevenção para grupos com maior risco de infecção, como usuários de drogas injetáveis, profissionais do sexo e homossexuais.

O relatório avalia que existem múltiplos obstáculos legais e socioculturais que impedem ou dificultam a utilização dos serviços de atendimento sanitário pelos usuários de drogas injetáveis, profissionais do sexo e homossexuais e, portanto, recomenda a eliminação das leis punitivas ainda vigentes sobre o assunto.

Outro problema grave, acrescenta o documento, é a ausência de garantias sobre o sangue oferecido para transfusões nos países menos desenvolvidos, e menciona que só 48% das doações sanguíneas desses países foram submetidas a exames de detecção de qualidade, contra 99% nas nações ricas.

Quanto às mulheres grávidas com HIV, um recorde de 59% tiveram acesso aos antirretrovirais em 2009, embora "a cada dia mais de mil crianças sejam contaminadas antes de nascer, durante o parto ou a lactação", alerta o diretor de HIV do Unicef, Jimmy Kolker.

"Estamos no caminho correto, mas necessitamos de pelo menos US$ 10 bilhões para alcançar ótimos resultados", acrescenta o diretor da Unaids, Paul De Lay, e apelou aos doadores para que aumentem suas contribuições na conferência do Fundo Global para a Aids, que será realizada na próxima semana em Nova York.

Fonte: http://www.estadao.com.br

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Especialistas apontam desafios para o Brasil se tornar desenvolvido


País cresce mas precisa reduzir desigualdade, melhorar educação, reformar instituições públicas e combater à corrupção, entre outras questões, segundo analistas e instituições internacionais.

Melhoria da educação é meta para desenvolvimento do Brasil, dizem analistas

O Brasil foi uma das primeiras grandes economias a superar a crise global, deve crescer mais de 7% neste ano, vem reduzindo a pobreza e melhorando em vários indicadores sociais. Mas o país chegará algum dia a se tornar uma nação considerada desenvolvida? E o que falta para isso acontecer?

"O Brasil precisa melhorar a qualidade da educação pública", diz o editor para as Américas da revista britânica The Economist, Michael Reid. "É necessário que o Brasil amplie a sua classe média", afirma o economista Jim O'Neill. "O Brasil precisa aumentar a taxa de poupança interna para acima de 30% do PIB", sugere o comentarista econômico do jornal britânico Financial Times.

A poucos dias das eleições presidenciais, esses e outros especialistas estrangeiros, ouvidos pela BBC Brasil, listaram os desafios que o país ainda enfrenta para chegar à condição de nação desenvolvida.

Economistas, acadêmicos, representantes de organizações internacionais, think-tanks e organizações não-governamentais afirmam que o Brasil ainda tem muito a fazer em áreas que incluem redução da desigualdade, a melhoria da educação, reformas nas instituições públicas, combate à corrupção, combate à violência e até mesmo respeito ao meio ambiente e aos direitos humanos.

"O Brasil está vivendo um momento excepcional, fruto de décadas de trabalho árduo. Porém nenhum desenvolvimento acontece sem obstáculos, e os desafios permanecem", diz o economista senegalês Makhtar Diop, diretor do Banco Mundial para o Brasil.

Pobreza e desigualdade

A economia brasileira se consolidou como a 8ª maior do mundo neste ano, mas o país ainda é apenas o 72º do mundo em renda per capita, atrás de países como Argentina (50º), México (53º), Turquia (57º), Venezuela (66º) e Irã (68º), segundo dados do Banco Mundial.

Nos últimos oito anos, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o crescimento econômico ajudou a tirar mais de 20 milhões de pessoas da pobreza. Mas dados do Banco Mundial mostram que o Brasil ainda tinha, em 2007, 12,7% de sua população vivendo abaixo da linha de pobreza, com menos de US$ 2 por dia. Há 30 anos, esse porcentual era de 31,1%.

Para efeito de comparação, a China, que em 1981 tinha 97,8% de sua população vivendo abaixo da linha de pobreza, chegou a 2005 com 36,3%. Segundo os critérios do Banco Mundial, o percentual de pobres nos principais países desenvolvidos é próximo de zero.

O Brasil também continua sendo um dos mais desiguais do mundo - de acordo com o coeficiente de Gini, calculado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Brasil tem a 11ª maior desigualdade entre ricos e pobres no mundo.

"A desigualdade é o maior problema do Brasil. A desigualdade enfraquece o crescimento econômico e gera altos níveis de criminalidade e insegurança", observa o americano Barry Ames, diretor do departamento de ciência política da Unievrsidade de Pittsburgh e especialista em Brasil do Centro de Estudos Latino-Americanos da instituição.

O coeficiente de Gini tem uma variação entre 0 (mais igual) e 1 (mais desigual). O coeficiente do Brasil é 0,550, melhor apenas do que Honduras, África do Sul, Bolívia, Colômbia, Angola, Haiti, Afeganistão, Botsuana, Guiné Equatorial e Namíbia.

Os países menos desiguais do mundo, segundo o PNUD, são Dinamarca e Japão, com coeficientes 0,247 e 0,249, respectivamente. Os Estados Unidos, país mais desigual entre os países desenvolvidos, está apenas em 89º no ranking global, com coeficiente 0,408.

País de classe média

O crescimento econômico e a redução da pobreza tiveram como efeito um fenômeno que para muitos analistas mostra o Brasil no caminho de ser um país predominantemente de classe média, característica da grande maioria dos países desenvolvidos.

Segundo um estudo publicado neste mês pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a classe C passou no ano passado a representar mais da metade da população brasileira (50,5%), com a incorporação de 29 milhões de pessoas entre 2003 e 2009, e ultrapassou as classes A e B em pode de compra.

"Se há uma única diferença entre uma economia tipicamente desenvolvida e uma em desenvolvimento, é talvez o tamanho de suas classes médias", diz o britânico Jim O'Neill, que como economista-chefe do banco Goldman Sachs cunhou o acrônimo BRIC para identificar os quatro gigantes emergentes Brasil, Rússia, Índia e China. Mas os sinais positivos da economia brasileira são seguidos por problemas persistentes identificados mais comumente como "problemas de terceiro mundo", como é o caso da corrupção.

Em um ranking anual sobre percepção de corrupção divulgado pela ONG Transparência Internacional no fim do ano passado, o Brasil obteve uma avaliação levemente pior do que no ano anterior, apesar de ter subido cinco posições no ranking de 182 países, ocupando a 75ª posição. O Brasil aparece à frente da China (79ª posição) e apenas algumas posições atrás da Itália (63ª), país que faz parte do G7, o grupo que reúne os sete países mais industrializados do mundo. Os Estados Unidos aparecem na 19ª posição, e a Nova Zelândia lidera o ranking.

Para a diretora-executiva da Transparência Internacional, Huguette Labelle, se quiser chegar ao nível de nação desenvolvida o Brasil precisa avançar nessa área. "O desafio do Brasil agora é fortalecer suas instituições, fazê-las ainda mais transparentes e melhorar suas prestações de contas ao público em todos os níveis de governo", afirma Labelle.

Educação e saúde

Indicadores sociais em áreas como educação e saúde também mostram o longo caminho que o país ainda precisa percorrer para atingir o status de país desenvolvido.

A taxa de analfabetismo no país, que em 1960 chegava a 40%, caiu a 9,7% no ano passado, segundo dados do IBGE, enquanto o acesso à educação básica foi praticamente universalizado no país, com uma elevação do acesso à escola de 86,6% em 1992 para 97,9% em 2008, entre as crianças de 7 a 14 anos.

Além disso, no período entre 1998 e 2008, o número de alunos matriculados no ensino superior no país mais que dobrou, passando de 2,1 milhões para 5,1 milhões, segundo o Ministério da Educação.

Mas se os números absolutos mostram uma evolução, a qualidade do ensino ainda deixa a desejar. Um estudo elaborado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em 2007 mostrou os alunos brasileiros entre os piores em conhecimentos de matemática, capacidade de leitura e ciências entre 57 países analisados.

"A melhoria da qualidade da educação pública é sem dúvida um dos pontos necessários para que o Brasil possa ser elevado à categoria de país desenvolvido", observa o jornalista Michael Reid, editor para as Américas da revista britânica The Economist.

Para o brasilianista Gonzálo Gómez Dacal, diretor do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Salamanca, na Espanha, somente com a melhoria da qualidade da educação pública em todos os níveis que o Brasil será capaz de aproveitar "os recursos intelectuais de toda a população, especialmente da capacidade de criação das pessoas inteligentes que formam parte das camadas mais desfavorecidas da população".

Qualidade

Na área da saúde, mais uma vez, a universalização conseguida pelo Sistema Único de Saúde convive com questionamentos sobre a qualidade do atendimento e dos programas de prevenção.

A expectativa de vida do brasileiro subiu de 66 anos, em 1991, para 72,4 em 2010, segundo dados da ONU, deixando o país no 92º lugar do ranking mundial sobre esse indicador.

O país também conseguiu reduzir a mortalidade infantil em mais de 60% nos últimos anos, de 52,04 mortes por mil nascimentos em 1990 para 19,88 a cada mil em 2010.

Ainda assim, o Brasil ainda é o 90º do ranking nesse indicador, muito aquém de países como Grécia (6,7 mortes por mil nascimentos), Estados Unidos (6,3) ou Portugal (5) e mais longe ainda dos países com menos mortes - Islândia (2,9), Cingapura (3) ou Japão (3,2).

Segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), pouco menos de um décimo da população brasileira ainda não tem acesso a água potável tratada, mas na área rural, essa proporção aumenta para 4 em cada 10 moradores. O acesso a esgoto chega a apenas 77% da população, e apenas 37% na área rural.

A condição brasileira é melhor do que a de outro gigante emergente, a China, que tem 88% da população com acesso a água tratada e 65% com acesso a esgoto, mas ainda está muito aquém de países desenvolvidos como Estados Unidos, (99% com acesso a água e 100% com acesso a esgoto) ou Portugal (99% e 99%).

Avanços e desafios

As estatísticas mostram que o Brasil vem avançando nos últimos anos, em algumas áreas a passos largos e em outras a passos curtos, mas que o caminho para chegar a ser um país desenvolvido ainda é longo.

"As condições de base estão dadas para que o país se torne uma potência", afirma o representante no Brasil do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), José Luis Lupo, para quem a concretização desse potencial depende de ações do governo por reformas.

"O Brasil enfrenta desafios importantes para se transformar de um país 'de renda média' para uma economia inovadora e movida pelo conhecimento", afirma a consultora suíço-americana Suzanne Rosselet-McCauley, vice-diretora do Centro Mundial de Competitividade da escola suíça de administração IMD, uma das cinco principais da Europa.

"Ainda está para ser visto se o país pode evitar a 'armadilha do rendimento médio' ao manter seus ganhos de estabilidade macroeconômica e política e se beneficiar de níveis mais altos de crescimento", avalia. 

Fonte: BBC Brasil 

Censo 2010: população centenária já ultrapassa 17 mil


A queda da fecundidade e o aumento da longevidade da população, inclusive com elevação do número de pessoas com mais de 100 anos de idade, são as principais informações preliminares já fornecidas pelo Censo 2010, segundo informou hoje o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eduardo Nunes.

Segundo ele, dados revelam que, com cerca de 80% da população já recenseada, as pessoas com mais de 100 anos já somam 17.615 em 2010, ante 14 mil no Censo 2000. "As informações são absolutamente preliminares, mas confirmam o envelhecimento da população, que deve se acentuar nas próximas décadas", disse Nunes.

Entre os Estados, a Bahia aparece na lista com o maior número de pessoas acima de 100 anos (2.473). Em São Paulo, são 2.248 contabilizadas até o momento. "Há informações claras de mudança no padrão demográfico da população brasileira", afirmou, acrescentando que "o País deixará de ser um país jovem para se tornar um país adulto".

Outro resultado preliminar também apresentado por Nunes diz respeito ao número médio de pessoas por domicílio, que caiu para 3,34 no Censo 2010, ante 3,79 na pesquisa anterior. Houve redução, na década, de pessoas por domicílio na área urbana (3,64 para 3,29) e na área rural (4,17 para 3,64). "É algo muito expressivo e característico do Brasil na década de 2000, o recuo na taxa de fecundidade cada vez mais generalizado, na área urbana e rural", disse o presidente do IBGE.

Segundo Nunes, o trabalho de coleta de dados do Censo 2010 deverá se encerrar antes do prazo estabelecido, em 31 de outubro, porque "o processo ocorre aceleradamente em todas as regiões". No entanto, ele disse que não haverá divulgação antecipada de resultados, e sim aproveitamento da "folga no calendário" para "aprofundar o trabalho de supervisão e revisão". No dia 27 de novembro, os dados serão encaminhados para o Tribunal de Contas da União (TCU). Até a última sexta-feira, cerca de 151,4 milhões de pessoas já haviam sido recenseadas no País, com 56,6 milhões de domicílios visitados.

Fonte: http://www.estadao.com.br

Chávez vence eleição na Venezuela, mas não obtém maioria qualificada


Partido governista ficou com ao menos 90 das 165 cadeiras da Assembleia.

Governo buscava manter maioria para não ter de negociar com a oposição.

O partido do presidente Hugo Chávez venceu as eleições legislativas realizadas na Venezuela neste domingo (26/09), mas não obteve a maioria de dois terços das cadeiras. De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral, o partido governista PSUV conquistou ao menos 90 cadeiras das 165 em disputa.

A oposição, por sua vez, ficou com pelo menos 59 vagas, mais de um terço das composição do Parlamento. O partido dissidente do chavismo, PPT, obteve duas vagas. Ainda estão por ser contabilizados os votos de outros sete postos que ainda devem ser anunciados nesta segunda-feira.

O governo buscava manter a maioria de pelo menos dois terços das cadeiras do Parlamento, para poder avançar com as reformas do projeto da revolução bolivariana.

Com a maioria qualificada de dois terços - também chamada, simplificadamente, de maioria absoluta por analistas e jornalistas locais -, o governo podia alterar a a Constituição sem ter de negociar com a oposição, que não possuía representação no Parlamento venezuelano desde 2005.

A participação dos eleitores foi de 66,45%, uma das mais altas da história para eleições legislativas.

"Nós alcançamos um importante resultado eleitoral, mas não foi possível conseguir os dois terços. Temos por enquanto 95 deputados, uma maioria contundente", afirmou o dirigente do PSUV Aristobulo Isturiz, diante de milhares de simpatizantes do governo, que pediam a presença de Chávez e esperavam o anúncio de uma vitória mais ampla. O presidente venezuelano, porém, não apareceu.

"A meta não foi alcançada, mas esse esforço nos reafirma como a primeira força política do nosso país", afirmou Isturiz, em um brevíssimo discurso.

Minutos depois, Chávez escreveu em seu perfil no Twitter: "Socialismo bolivariano e democrático. Devemos continuar fortalecendo a revolução. Uma nova vitória do povo, parabéns", escreveu o presidente.

Dia de votação

Em entrevista minutos antes do horário de encerramento da votação, a vice-presidente do CNE, Sandra Oblitas, informou que a votação se completou em perfeita normalidade e sem que fossem registrados problemas de grande porte. Oblitas disse que, mesmo sem ter ainda um dado formal a respeito da participação, os organizadores haviam percebido uma grande presença dos eleitores.

"Os cidadãos venezuelanos demonstraram já estar acostumados com o processo eleitoral do país", disse.

Desde o meio-dia, o CNE já informava que haviam sido solucionados os problemas em centros de votação registrados pela manhã. A votação, que começaria nacionalmente às 6h, atrasou em várias partes do país. Em algumas cidades, os eleitores esperaram até três horas para votar.

Em Caracas, o G1 percebeu a formação de longas filas em toda a cidade. Eleitores ouvidos disseram, entretanto, que as filas estavam fluindo, sem uma espera muito longa.

O CNE, que anteriormente chegou a informar que publicaria resultados duas horas após o fim da votação (a partir das 21h30 em Brasília) rejeitou prever um horário para a saída do primeiro boletim. A definição do CNE era que só fossem divulgados resultados quando eles fossem irreversíveis.

As Forças Armadas, responsáveis pela segurança da votação em todo o país, disseram não ter registrado nenhum incidente. Antes do início da votação, um homem foi morto por soldados de segurança próximo a um local de votação, mas o incidente não foi relacionado com a eleição, segundo o governo.

Tranquilidade na capital

O clima na cidade foi de tranquilidade ao longo de todo o dia. Não houve confronto entre eleitores do governo e da oposição, e nem mesmo demonstração partidária pelas cores que simbolizavam as campanhas.

Uma forte chuva atingiu Caracas por volta das 15h, tornando o clima ainda menos conflituoso. Muitos centros de votação que antes estavam com longas filas ficaram vazios.

O G1 constatou que pelo menos um dos centros de votação na região central de Caracas já fechava suas portas desde minutos antes das 18h, sem que houvesse muitas pessoas aguardando para votar. Segundo organizadores da votação, os eleitores compareceram às urnas especialmente pela manhã.

O jornal local "El Universal" relatou que vários bairros da cidade já encerravam a votação às 18h. A rede de TV Globovisión também mostrou centros de votação sendo fechados por todo o país desde as 18h locais.


Irregularidades

Cerca de 2 milhões de pessoas podem ter sido afetados por irregularidades no processo de votação. A informação foi divulgada em um boletim a asociação civil Súmate, que registra denúncias de problemas na hora do voto.

O número equivale a 14% do total de cidadãos registrados para votar. Este é o total de eleitores que passariam pelos 1.014 centros de votação onde houve denúncias.

Os problemas vão desde questões simples, como atrasos e problemas com as urnas eletrônicas, mas pode incluir também o descumprimento dos procedimentos legais e da emissão de comprovantes.

Houve ainda denúncias de propaganda eleitoral irregular e de intimidação de eleitores.

Fonte: http://g1.globo.com