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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Brasil paga conta e Mantega critica


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, lamentou que Estados Unidos e Europa estejam apostando na desvalorização de suas moedas para aumentar a competitividade de suas economias, mas não anunciou qualquer medida estrutural para proteger o Brasil.

Ele limitou-se a dizer que o Banco Central e o Fundo Soberano poderão comprar os dólares que entrarem no país para a capitalização da Petrobras. No máximo, admitiu elevar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre aplicações financeiras. "Queremos que todos saiam da crise, mas não à nossa custa", disse o ministro.

Mantega afirmou, ainda, que o investimento deverá crescer 22% este ano, superando 19% do PIB. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, projetara, para 2014, um investimento de 22,2% do PIB.

No entanto, o economista Adhemar Mineiro, do Dieese, avalia que os cenários interno e externo pós-eleições são desconhecidos. E qualquer previsão revela apenas desejo.

"No médio prazo, as reservas não poderão financiar o déficit crescente nas contas externas e, certamente, algumas medidas serão tomadas, ainda antes da posse do novo governo, para equacionar a questão do câmbio."

Mineiro lembrou ainda que, cada vez mais, cresce a expectativa quanto ao recrudescimento da face mais aguda da crise internacional.

Para o economista do Dieese, dependendo do impacto do cenário global, a demanda interna, que tem compensado a restrição externa, poderá até atrapalhar as contas externas.

"Nos últimos anos tivemos uma abertura muito grande e nos tornamos dependentes dos insumos externos", salientou, ressalvando que, no médio prazo, pode ser um estímulo para a produção nacional. "No final do governo FH, o dólar se aproximou de R$ 4 e voltamos a produzir muita coisa aqui. Mas isso não acontece num estalar de dedos", advertiu.

Fonte: http://www.monitormercantil.com.br

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