Os economistas do mercado financeiro avaliam que o crescimento do PIB do segundo trimestre mostrará uma desaceleração ante a forte expansão dos três primeiros meses de 2010.
Segundo um levantamento realizado pelo serviço AE Projeções, da Agência Estado, com 42 instituições, a variação projetada pelos analistas para o PIB é de 0,30% a 1,12% em relação ao primeiro trimestre, já descontando os ajustes sazonais. A aposta média ficou em 0,70%.
Das 42 instituições consultadas, 37 informaram as previsões de crescimento para a comparação com o segundo trimestre de 2009, que variam de 7% a 8,7%, com mediana em 8%. O resultado oficial será divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No primeiro trimestre, o PIB subiu 2,7% em relação ao trimestre anterior e 9% ante o mesmo trimestre de 2009. Para os especialistas, esses números marcaram o auge dos incentivos fiscais e monetários, dados pelo governo para amenizar os efeitos da crise global.
Sem incentivos. O segundo trimestre foi marcado pela redução dos incentivos fiscais e pelo início do ciclo de alta e juros, para diminuir o aquecimento da economia e conter a inflação. Além disso, a Copa do Mundo afetou os negócios, especialmente nos dias de jogo da Seleção Brasileira. Nesse período, a produção industrial sofreu três quedas mensais seguidas.
No topo das expectativas coletadas pelo AE Projeções, o economista-chefe da Prosper Corretora, Eduardo Velho, calculou crescimentos de 1,12% para o PIB ante o primeiro trimestre de 2010 e de 8,7% ante o segundo trimestre de 2009. Segundo ele, se as estimativas forem confirmadas, a taxa anualizada será de 4,6%.
"A economia está crescendo a uma taxa anualizada um pouco abaixo, mas próxima do seu potencial", avaliou. "No passado recente, um crescimento dessazonalizado de 1% ao trimestre seria considerado fantástico."
Abaixo das medianas do levantamento, o Itaú Unibanco previu elevação de 0,60% para o PIB no trimestre e de 7,8% frente ao segundo trimestre de 2009. "A fraqueza da produção industrial e das vendas no varejo ampliado foi determinante para o baixo crescimento esperado para o PIB", disse, em relatório, o economista Aurélio Bicalho. "Há evidências de que o crescimento poderia ser mais elevado que o potencial caso os eventos temporários não tivessem afetado a economia no segundo trimestre.
Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo.
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