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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Erenice Guerra, ex-ministra da Casa Civil, caiu após série de denúncias


Filiada ao PT, ex-ministra tinha vários parentes na administração pública e foi envolvida na CPI dos Cartões Corporativos, em 2008

Filiada ao PT desde 1981,Erenice Guerra era o braço direito de Dilma Roussef. No ministério de Minas e Energia, ocupou a assessora jurídica. Na Casa Civil, o ministério mais forte do governo Lula, a secretaria executiva. Assumiu o comando do ministério há sete meses, quando Dilma Roussef deixou o cargo para disputar a presidência.

Dois anos atrás Erenice Guerra já tinha passado por um desgaste. Durante as investigações da CPI dos Cartões Corporativos, em 2008, ela foi apontada como uma das suspeitas de ter preparado um dossiê sobre os gastos da família do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

As denúncias que derrubaram Erenice Guerra revelaram que o filho dela, Israel Guerra, estaria fazendo tráfico de influência. Ele trabalhou na Anac, Agência Nacional de Aviação Civil entre 2006 e 2007. No ano seguinte, ocupou um cargo de confiança, sem concurso, na Terracap, empresa do governo do Distrito Federal. Ontem ele foi demitido.

Amigo e compadre de Israel Guerra, Vinícius Castro, também trabalhou na Anac. No ano passado, foi para a Casa Civil - e perdeu o cargo esta semana.

O tio dele, Marco Antônio de Oliveira, foi diretor da Infraero e dos Correios. Dois irmãos de Erenice Guerra também ocuparam cargos no governo: José Euricélio de Carvalho e Maria Euriza Carvalho. Ela contratou, sem licitação, o escritório de advocacia de outro irmão, Antônio Alves Carvalho para prestar serviços ao governo.

José Euricélio foi demitido ontem da Novacap, empresa do governo do Distrito Federal. A situaçao de Erenice Guerra piorou ao longo da semana com o surgimento de novas denuncias, consideradas graves pelo Procurador Geral da República e pela Ordem dos Advogados do Brasil. O presidente Çula avaliou que a ministra não estava conseguindo responder as acusações.

Governo diz que Erenice Guerra saiu da Casa Civil porque quis

O governo afirma que Erenice Guerra deixou o cargo porque quis. “Ela acreditava que a saída dela dava mais tranquilidade para ela fazer a defesa dela e da honra da família dela, que está sendo atacada”, disse o ministro das relações institucionais, Alexandre Padilha.

Mas em entrevista a um portal de internet, o presidente Lula - depois de elogiar a ex-ministra - disse que quem está na máquina pública não pode errar. E que se errar, tem que pagar. A oposição acredita que a saída de Erenice do governo comprova que as denúncias são sérias.

“A demissão da ministra facilita, mas não resolve o assunto. É muito grave. É um problema institucional e muito maior do que a eleição e precisa ser investigado”, disse Paulo Bornhausen, líder do DEM.

O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, acha que é preciso apurar com urgência. “A gente quer tudo esclarecido agora. E que a candidata Dilma Rousseff, ministra à época das irregularidades, fale também. Ela não pode dizer que estava em outro planeta, que não conhece o assunto e que não tem nada a ver com isso”, diz Sérgio Guerra.

O PT afirma que as denúncias não tem relação com a campanha de Dilma Roussef à presidência.

“A oposição não pode, mesmo sob pena de ser desmoralizada perante à população brasileira, ficar fazendo ilações e se pegando em aspectos que não tem nenhum elemento de prova para fazer as acusações que vem fazendo à nossa campanha e à nossa candidata”, disse José Eduardo Dutra, presidente do PT.

Fonte: http://g1.globo.com

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