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domingo, 12 de setembro de 2010

Fogo consome há 7 dias o Morro de São Jerônimo, em Mato Grosso


CUIABÁ, SÃO PAULO - O fogo consome uma das áreas mais belas do Mato Grosso, o Morro de São Jerônimo, na Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso. O Parque Nacional da Chapada dos Guimarães está fechado e 40 brigadistas tentam controlar as chamas, que já ameaçam o Circuíto das Cachoeiras e a Morraria do Quebra Gamela. O vento forte faz com que o fogo, que começou no dia 5 de setembro, se propague com rapidez.

Neste sábado, Cuiabá, a capital matogrossense, amanheceu coberta por uma nuvem de fumaça causada por queimadas. A visibilidade no aeroporto caiu a 1.500 metros, dificultando as operações do aeroporto. A temperatura na cidade chegou a 39 graus e o estado registra 52 focos de queimada pelo satélite Aqua do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Considerados todos os satélites que registram focos de queimada, o Brasil registrou mais de 14 mil neste sábado, com um terço deles no Mato Grosso. A situação é crítica também no Tocantins (1.931 focos), Goiás (1.504) e Pará (1.103).

O tempo seco deve levar o governo do Mato Grosso a estender o período de proibição de queimadas no estado. Inicialmente, a proibição iria até o dia 15 de setembro, mas deve ser prorrogada.

Até agora, 30 mil hectares já foram queimados no estado. Segundo o secretário de meio ambiente de Peixoto Azevedo, Flávio Borges, o clima seco seria uma das causas.

- Esse ano nós tivemos chuva, mas ela parou mais cedo. A umidade do ar está baixa e o vento aqui é muito forte - diz ele.

Um dos municípios mais prejudicados é Peixoto Azevedo, no norte do estado. O cenário na cidade é desalentador em 11 assentamentos, onde vivem cerca de 2.600 famílias. Em nove deles, o fogo causou danos graves. Na chácara de Elias Honório, seis animais morreram no incêndio e a plantação de abacaxi acabou. Já o gaúcho Vitório Martini teve de defender a casa onde estavam seus netos.

No Amazonas, o Rio Solimões atingiu seu nível mais baixo em 30 anos, o que deixa isoladas cidades do interior do estado, onde os rios são a principal forma de deslocamento. No Amazonas, os rios ocupam o lugar das estradas.

São Paulo também voltou a sofrer com o tempo seco, que agrava a poluição. A capital paulista voltou a entrar em alerta, com taxa de umidade abaixo de 20% no sábado. No interior paulista a situação é pior e o tempo é ainda mais seco. Na região de Votuporanga, a taxa baixou a 13% neste sábado. Na região de São José do Rio Preto, ficou em 16%.

Em Brasília, onde os focos de incêndio levaram à decretação de emergência, a taxa de umidade ficou em apenas 11%, similar à do deserto do Saara. Em Goiânia não foi muito diferente: 12%.

Segundo Marcelo Pinheiro, meteorologista da Climatempo, a frente fria que provocou chuva no Rio Grande do Sul neste sábado, deixando pelo menos 10 mil sem luz, deve causar temporais apenas no Sul do país. Ha previsão de tempestades no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Oeste do Paraná na segunda-feira.

Em São Paulo, porém, o tempo vai continuar seco até quarta-feira, quando pode chuviscar no fim do dia. Apenas o Oeste do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul serão alcançados pela frente fria e devem ter a umidade do ar aumentada, mas sem chuva.

Fonte: http://oglobo.globo.com

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