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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Montadoras têm agosto histórico, mas importados preocupam


SÃO PAULO (Reuters) - A indústria brasileira de veículos registrou o melhor mês de agosto na história, mas manteve projeções de desempenho para 2010 e segue alerta com o crescimento da participação de veículos importados no total das vendas.

De acordo com números da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) desta quarta-feira, em agosto, que também foi o segundo melhor mês do ano, o setor produziu 329,1 mil unidades, alta de 3,4 por cento sobre julho e de 11,5 por cento em relação a agosto de 2009.

O desempenho ficou perto do recorde histórico de produção de março deste ano: 339,7 mil unidades, quando venceu o desconto no IPI concedido pelo governo durante a crise internacional.

Apesar do alto crescimento, a Anfavea manteve as projeções de produção anual recorde de 3,39 milhões de veículos, alta de 6,5 por cento sobre 2009, e vendas também recordes de 3,4 milhões de unidades, ou avanço de 8,2 por cento sobre 2009.

"Não revisamos as projeções, apesar do desempenho até agora estar acima delas, porque esperamos um mês de dezembro mais fraco. O último mês de 2009 teve um comportamento diferente de um mês de dezembro típico por conta dos incentivos fiscais", explicou o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini. Apesar disso ele declarou que espera que o desempenho do setor fique "acima da projeção".

Em vendas, a indústria registrou alta mensal de 3,5 por cento e anual de 21,2 por cento, para 312,8 mil unidades, melhor mês de agosto já contabilizado e perto do recorde histórico de 353,7 mil unidades também de março.

No acumulado dos oito primeiros meses do ano, a produção nacional cresceu 17,5 por cento, para 2,41 milhões de veículos. Enquanto isso, o volume comercializado somou 2,19 milhões de unidades, evolução de 10,1 por cento sobre o mesmo período de 2009.

Segundo a Anfavea, a inadimplência do setor caiu pelo décimo terceiro mês consecutivo em julho, para 3,4 por cento no ano, enquanto para todos os outros bens o índice observado é de 6,5 por cento.

A participação das importações nas vendas de veículos em agosto ficou em 18,3 por cento, ou 57,256 mil unidades. Esse índice, que começou a crescer no fim de 2009 e gira em torno dos 18 por cento no ano, tem incomodado a Anfavea, que vem tentando avaliar formas de melhorar a competitividade do setor ante o exterior em um ambiente de real valorizado.

"A questão é que não podemos deixar as importações destoarem das exportações. Podemos importar mais, mas também temos que exportar mais", explicou Belini.

Porém, as exportações em unidades e em valor ainda estão aquém do registrado em 2008, ano que a Anfavea prefere usar como referência comparativa ante 2010, uma vez que em 2009 a indústria observou aguda deterioração do mercado internacional em decorrência da crise financeira.

O setor registrou exportações de 1,14 bilhão de dólares em agosto, 0,8 por cento acima do apurado em julho e salto de 54,9 por cento sobre o fraco período de um ano antes. No acumulado do ano, as vendas externas, incluindo máquinas agrícolas, somam 8,03 bilhões de dólares, 63,7 por cento acima do obtido no mesmo período de 2009.

Em 2008, as exportações brasileiras de veículos somaram 9,39 bilhões de dólares até agosto. Para 2010, a Anfavea projeta exportações totais em 12,4 bilhões de dólares, revisadas para cima no mês passado, ou 49,4 por cento maior que o ano anterior, mas ainda inferior aos 13,9 bilhões de dólares de 2008.

As montadoras encerraram o mês com 132.978 postos de trabalho ocupados, avanço de 10,3 por cento sobre agosto de 2009 e relativa estabilidade na comparação com julho.

A Fiat voltou a liderar o mercado brasileiro, apesar de apresentar queda de 0,5 por cento nas vendas na comparação com julho. A montadora italiana registrou licenciamentos de 69.709 automóveis e comerciais leves em agosto.

A Volkswagen aparece em seguida, com vendas de 62.147 unidades, avanço de 2,8 por cento sobre julho. A General Motors registrou 55.520 unidades licenciadas, alta de 1,52 por cento. Já a Ford teve crescimento de 2,62 por cento nas vendas, para 29.418 unidades.

Fonte: http://oglobo.globo.com

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