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quinta-feira, 20 de junho de 2013

As minorias e seus paradigmas - versão II


Às vezes, as palavras mal empregadas causam grandes discórdias ou quando você se determina a lutar pela ética, contra a corrupção, contra as injustiças sociais, contra o mau uso da máquina pública, contra também o Bullying, o Cyberbullying e o Mobbing patrocinados por políticos inescrupulosos que usam a máquina pública para tal finalidade, você passa a ser vítima de grandes perseguições. Façamos apenas uma pergunta (aos Poderosos Chefões do Estado de MS): Se seus filhos sofressem um acidente grave e passassem a ser deficientes físicos, como vocês enxergariam a vida daí para frente? Será que vocês teriam a mesma felicidade que antes? Sim ou não? Pois é...!!! Imagine agora as pessoas que antes adoravam sair com eles passassem a lhes abandonar uma a uma? Piorou né...? Agora imagine que além da tristeza e do abandono, as pessoas passassem a lhes perseguir? Legal, né...? Pois é...!!! É assim que a maioria dos deficientes físicos, negros, índios, mulheres e idosos, vivem quando se determinam a lutar e a vencer obstáculos. Geralmente essas pessoas não dão uma de coitadinhos, muitas pelo contrário, vão a luta por seus espaços e melhores condições de vida. 

Vivemos numa sociedade comandada por elites extremamente preconceituosas e sectárias. Agora vamos tirar a figura dos deficientes físicos e por a figura das mulheres, prestem bem a atenção na linha de raciocínio: as mulheres quando se determinam a lutar por seus espaços sofrem pressões às vezes dos pais e irmãos, depois sofrem pressões do marido e por último sofrem pressões dos filhos. – Ora, ela é mulher dizem as pessoas, tem que cumprir o papel de filha, de irmã, de esposa e de mãe. Aí começam as cobranças e perseguições, pois a sociedade lhes deu um papel para cumprir. Pergunto agora: por que as mulheres lutam e sofrem tanto para quebrar esse estigma? Simples: Elas estão lutando contra o preconceito e assim, conseguindo quebrar paradigmas e abandonando as diretrizes que a sociedade das elites lhes deu. Assim são os deficientes físicos, em que a sociedade espera deles um papel de cidadãos de segunda classe, ou seja, com apenas o necessário para viver. Quando os deficientes resolvem lutar para ter seu lugar ao sol e galgar mais espaço na sociedade, eles passam a incomodar assim como as mulheres, negros, índios e idosos que lutam. Essa é a tênue linha que separa o mundo dos deficientes físicos ao mundo das outras minorias, todos eles sofrem algum tipo de preconceito ou perseguição. 

Nos dois exemplos observasse algo em comum: os dois grupos sofrem preconceitos e até são vítimas de violências. A sociedade das elites bate e massacra até o deficiente ou a mulher enxergar o seu papel e passar a ficar “mais humilde no seu canto”, a sociedade pergunta: Para que uma mulher ou deficiente necessita de tantas conquistas? Não se contentam com pouco? Um emprego ou cargo qualquer não basta? São essas colocações que a sociedade tem que refletir. 

Vocês que são ditos pessoas normais, belas e formosas da elite, acham que as oportunidades que os deficientes têm são iguaizinhas as suas? Olhem para dentro de vocês e pensem. Será que ao invés de perseguirem as minorias não seria mais interessante vocês provarem que são tão capazes quanto um deficiente determinado, uma mulher determinada, um negro determinado, um índio determinado ou um idoso determinado ensinando-lhes o caminho das pedras? Parem é pensem: Vocês se sentiriam bem se começassem a perseguirem seus filhos se eles fossem deficientes ou suas filhas por serem do gênero feminino? 

Quando falamos do nazismo a primeira coisa que vem a mente é a covardia que os judeus sofreram. Nos tempos atuais não é diferente. Vocês acham justo perseguir as minorias, ou seja, deficientes, mulheres, idosos, negros e índios? Qual a diferença dessas pessoas para os judeus no nazismo? Resposta: nenhuma. Pois todos são bodes expiatórios da sociedade das elites, que para poder existir, elas, a sociedade das elites, precisa massacrar quem está em baixo. Para massacrar quem está em baixo, a primeira ferramenta usada é tentar atingir a reputação dessas minorias para justificar o ato covarde da perseguição, pois sem esse método a sociedade num todo repugnaria a atitude. Vejam como funciona: Uma mulher que vai a luta por melhores condições de vida, acaba sempre constrangendo alguém por sua atitude guerreira, então as pessoas “ofendidas” pela determinação dessa mulher vão logo procurar adjetivos depreciativos para qualificar essa mulher ou até imputar-lhe um crime que ela não cometeu, pois sem esses subterfúgios suas ações não se justificariam diante da sociedade, e aí passam a colocar em cheque a reputação dessa mulher, para lá na frente dizer que perseguiu ou ofendeu porque ela assim o fez por merecer. 

Então senhores do poder, fica bem claro que nós minorias não queremos guerras, queremos sim, pleitear nossos direitos por conquistas sociais, uma sociedade mais justa e fraterna e um lugar ao sol, nada mais...!!! Um detalhe muito relevante que vocês podem observar é que, normalmente os deficientes não guardam mágoas ou rancores, são pessoas generosas e de boa índole. Nós, aprendemos a deletar as coisas ruins do passado, para preocuparmo-nos sim, com o presente e com o futuro de nossa gente, nossa cidade, nosso estado, nosso país. Para finalizar, lutamos sim, por um mundo melhor, mais humano e mais justo, sem preconceito, sem Bullying, sem Cyberbullying e sem Mobbing. Por mais educação, saúde e segurança pública. Não a guerra, sim a paz. 

Autor: Ciro Rod – Bacharel em Direito pela UFMS e Funcionário Público do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul

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