Saber

O saber é humano, a sabedoria é divina...

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Delegado Federal que chefia segurança da Rio+20 se preocupa com as mulheres



Nada de traficantes ou milicianos. Uma das maiores preocupações do delegado da Polícia Federal Victor Cezar Carvalho dos Santos, na tarde da última sexta-feira, eram "37 mulheres loucas para conhecerem o Rio". São primeiras-damas, mulheres de chefes de Estado que chegam à cidade no fim deste mês para a Rio+20. Com 15 anos de PF, o delegado terá em suas mãos a segurança de autoridades no encontro sobre meio ambiente e em todos os grandes eventos que a cidade vai sediar nos próximos anos.

O evento vai acontecer na Zona Oeste. Há preocupação com a circulação das autoridades?

Não acredito que a milícia de Rio das Pedras, por exemplo, vá planejar um ataque a um chefe de Estado que esteja participando do evento no Rio Centro. Não é o perfil desses criminosos. A milícia não é a grande ameaça, apesar de trabalharmos com todas as possibilidades em nosso planejamento. Estamos preparados para tudo, fizemos todo tipo de simulação.

Quantos chefes de Estado estão confirmados ?

Cento e sete, com 37 primeiras-damas. Hoje, recebi a informação de que elas querem passear pelo Rio. Vai exigir uma operação monstruosa. Não está definido para onde vão, mas já imagino: Cristo, favelas pacificadas (risos)...

O que mais preocupa em relação à segurança?

Não são os problemas que temos aqui, como a milícia e o tráfico, mas aqueles que os países que vem para cá vivem, como o terrorismo. Países como Irã e Colômbia, que vivem situações complicadas, e trazem um pouco dessa realidade para cá. Agora, são os chefes de Estado. Na Copa ou Olimpíadas, são as delegações de atletas que representam esses países.

Quais as áreas mais críticas da cidade?

O trajeto do aeroporto, porque tem que passar pelo Complexo da Maré e do Alemão, além da Cidade de Deus. Zona Sul é a mesma coisa, porque tem Rocinha, Vidigal. São locais por onde as comissões vão passar.

A pacificação não traz uma tranquilidade maior ?

Não descarta que algum fato isolado ocorra. Que algum desavisado, que esteja cheirado, por exemplo, resolva fazer alguma coisa. Não acredito que vá acontecer, mas de qualquer forma não dá para descartar.

Algum crime praticado hoje no Rio é uma ameaça?

Todo tipo de criminalidade nos preocupa. Imagina "baterem" a carteira de uma primeira-dama. Não descartamos nenhuma possibilidade: é desde o "batedor" de carteira até invasão do espaço aéreo com ataque à bomba.

Quantos homens da Polícia Federal estarão envolvidos na segurança da Rio+20?

Três mil; 500 do Rio e 2.500 do resto do país.

Qual é o maior desafio em planejar essa segurança?

De logística, porque dependemos dos meios. Buscamos a excelência, mas se não tem dinheiro, como é muito comum, é difícil. O maior desafio é ter recursos adequados. Na Copa, serão 12 cidades sede pelos quais os policiais federais vão se deslocar. Não sabemos como será isso.

Mas houve algum problema na Rio + 20?

Não, mas não pode acontecer como no Pan, quando equipamentos chegaram após o término do evento.

Vocês estão esperando equipamentos chegarem?

Estamos esperando veículos e aquelas pistolas de descarga elétrica, por exemplo. Vamos recebendo tudo aos poucos.O que preocupa é que os carros o policial tem que ter o mínimo de tempo para se familiarizar.

Qual seria o pior cenário na Rio+20?

A explosão de uma bomba suja (química, biológica ou radiológica) num ataque ao pavilhão do Rio Centro que vai concentrar todos os chefes de estado. Não vai acontecer, mas estamos preparados. Para tudo.

Fonte: http://extra.globo.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário