São Paulo - A nova ministra da
Secretaria de Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci, afirmou que o aborto
no Brasil deve ser visto como uma "questão de saúde pública" e que
não pode haver uma discussão de cunho ideológico.
Ela evitou dar a sua opinião pessoal,
afirmando que o assunto "diz respeito ao Legislativo", não ao
Executivo.
"Como sanitarista, o aborto é uma
questão pública, como o crack, as drogas, a dengue, HIV e todas as doenças
infectocontagiosas", disse.
Segundo Eleonora, uma das prioridades
da pasta será dar continuidade ao combate à violência doméstica e sexual. Ela
defendeu, entre outras medidas, a punição de estupradores, mesmo quando a
vítima não procurar a delegacia para fazer a queixa. O assunto será apreciado
hoje pelo Supremo Tribunal Federal.
Professora titular de Saúde Pública na
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Eleonora Menicucci foi escolhida
para substituir Iriny Lopes no cargo, que sai do governo para disputar a
Prefeitura de Vitória. A posse será na próxima sexta-feira.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo,
Eleonora Menicucci defende publicamente o aborto e já declarou ter-se submetido
a esta prática em duas ocasiões. Em entrevista publicada ontem, ela afirmou:
"Minha luta pelos direitos reprodutivos e sexuais das mulheres e minha
luta para que nenhuma mulher neste país morra por morte materna só me fortalece".
Gisele Bündchen
Eleonora preferiu não opinar sobre a
representação da Secretaria de Políticas das Mulheres que pedia ao Conselho
Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) a suspensão de comerciais
da Hope com a modelo Gisele Bündchen. A ação foi uma das mais polêmicas da
gestão de Iriny Lopes.
A nova ministra é graduada em Ciências
Sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais, mestre em Sociologia pela
Universidade Federal da Paraíba e doutora em Ciência Política pela Universidade
de São Paulo.
Na USP, Eleonora também obteve o
título de livre-docente em Saúde Coletiva. Fez pós-doutorado em Saúde e
Trabalho das Mulheres na Facultà di Medicina della Università Degli Studi, em
Milão, na Itália.
Na Unifesp, a ministra é professora
titular de Saúde Coletiva e atua principalmente com os temas: direitos
reprodutivos e sexuais, saúde integral da mulher, envelhecimento, violência de
gênero, aborto, direitos humanos, autonomia, avaliação qualitativa e políticas
públicas de saúde.
A nova ministra da Secretaria de
Políticas para Mulheres é afiliada ao Partido dos Trabalhadores (PT), mas não
participa do dia-a-dia do partido.
Leia: Aborto em Portugal
Fonte: http://www.dci.com.br
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