Jovem também passou
nos vestibulares do ITA, IME e USP.
Gustavo Haddad Braga
tem coleção de mais de 40 medalhas de olimpíadas.
Aprovado nos
vestibulares mais concorridos do Brasil como o do Instituto Tecnológico de
Aeronáutica (ITA), Instituto Militar de Engenharia (IME) e da Universidade de
São Paulo (USP), o estudante Gustavo Haddad Braga, de 17 anos, morador de São
José dos Campos, em São Paulo, que também coleciona medalhas de olimpíadas
estudantis nacionais e internacionais conquistou o título mais importante da
carreira de aluno exemplar: foi aceito na Universidade de Harvard, nos Estados
Unidos.
A vaga foi
conquistada porque Haddad praticamente gabaritou nos dois exames chamados de Scholastic
Assessment Test (SAT, Teste de Avaliação Escolar), uma espécie de 'Enem
americano' que seleciona os estudantes para as universidades. Na primeira
prova, que traz questões de raciocínio lógico, consideradas mais difíceis, ele
tirou 2.400, a pontuação máxima. Na segunda, onde caem questões específicas do
núcleo comum do ensino médio ou de língua estrangeira, o estudante tirou 2.350
pontos. Ambas as avaliações exigem nível avançado de inglês.
Haddad também está na
disputa por vagas no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Yale,
Princeton, Stanford e Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) cujo
resultados ainda não foram divulgados. Mas pelo desempenho do estudante nas
duas edições do SAT é bem provável que as instituições também o aceitem, já que
é através deste exame que eles selecionam os alunos.
Se isso acontecer,
Haddad terá dúvidas de onde fará a matrícula. A princípio sonhava em estudar no
MIT, mas depois avaliou que Harvard é forte na área de ciências, carreira que
pretende seguir. "Na metade de abril as universidades abrem o período de
visitação para os aprovados, aí vai dar para ter uma ideia melhor. Eu pretendo
decidir após as visitas", diz. A matrícula tem de ser feita em 1º de maio.
O processo de bolsa
de estudos corre paralelo ao da aprovação e é definido a partir das condições
socioeconômicas da família do estudante. Haddad diz que os custos anuais para
se manter em Harvard é de cerca de 60 mil dólares (o equivalente a quase 104
mil reais), mas a maioria dos estrangeiros recebe bolsa que inclui alojamento.
O jovem que nasceu em
Taubaté, mas desde pequeno mora em São José dos Campos, afirma que não sabe ao
certo qual curso vai seguir. "Gosto muito de física e da área de
biológicas, talvez junte estas duas áreas." Segundo ele, nas universidades
americanas é permitido escolher a área em até três semestres de aula e o curso,
até o fim do segundo ano.
História com os
números
Filho de engenheiros
químicos, a ciência e os números sempre fizeram parte da vida de Haddad. A
história com as olimpíadas começou aos 10 anos e em oito anos de carreira ele
arrebatou mais de 40 premiações dentro e fora do Brasil. Em 2008, conquistou
ouro na Coreia do Sul; em 2009 prata no Azerbaijão; em 2010 foi bronze na China
e na Croácia, e no passado levou bronze na Polônia e ouro na Tailândia. Fora as
medalhas das competições nacionais.
"Comecei a
participar quando estava na sexta série, incentivado por uma professora e logo
peguei primeiro lugar na Olimpíada de Matemática. As provas envolvem
criatividade e é um desafio usar as ferramentas do ensino médio para resolver
as questões", diz o jovem. Haddad afirma que a vontade de fazer faculdade
nos Estados Unidos começou nesse universo das olimpíadas, já que o contato com
estudantes estrangeiros é muito próximo.
Para o campeão, os
bons resultados nos vestibulares e a aprovação em Harvard só foram possíveis
graças a esse treinamento, já que os problemas cobrados nas olimpíadas são
muito mais complexos e difíceis do que os dos vestibulares. Ele concluiu o
ensino médio no ano passado, no Colégio Objetivo de São José dos Campos.
"As olimpíadas sempre ajudaram demais. Tinha muitas aulas de preparação,
algumas quase particulares. Para quem estuda para essas competições, o
vestibular fica até fácil porque desenvolve muito raciocínio."
Futebol e balada
Haddad não se
considera um garoto diferente dos demais da sua idade. Ele conta que participa
de competições de natação, joga futebol e frequenta baladas e cinema como todos
os adolescentes. "Minha vida é normal, só com um pouco mais de
estudo." O jovem diz que costumava ficar tranquilo na hora das provas, o
que contribuía para o resultado positivo. Além disso, diminuía o ritmo dos
estudos à medida que as datas se aproximavam - contrariando a tática de muitos
vestibulandos.
Agora o desafio do
estudante é driblar a ansiedade de ter de ser mudar do Brasil, deixar o pais e
o irmão de 13 anos e morar sozinho pela primeira vez. "Uma hora ia ter de
me afastar da minha família. Meus pais estão preocupados, mas ao mesmo tempo felizes.
Já pulamos muito e fizemos vários almoços para comemorar."
Fonte:
http://g1.globo.com
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