Rio - A tropa mais
conhecida do país completou 34 anos nesta quinta-feira. E a nova idade será
marcada por muito trabalho e novidades no Batalhão de Operações Policiais
Especiais (Bope). Em março, os 'caveiras' deixam a sede de Laranjeiras, onde
passaram os últimos 12 anos, para tomar posse da nova casa, em Ramos.
A sede provisória é
o início da construção do projeto audacioso do novo quartel, que ocupará área
de mais de 110 mil metros quadrados, e o pontapé para a ocupação das favelas
que compõem os complexos de Ramos, Manguinhos e Maré.
Outra novidade é a
mudança da famosa farda preta. O novo modelo de camuflagem digitalizada - que
se adapta ao ambiente e confunde a silhueta dos policiais para que não sejam
visualizados por criminosos durante as operações - entrará em ação a partir do
segundo semestre. O uniforme atual será usado em missões noturnas e especiais.
O ano também será
de intensa preparação da unidade de elite para os grandes eventos esportivos
que o Rio vai sediar até 2016. O planejamento prevê que o Bope dobre seu
efetivo atual - mais de 400 homens e mulheres - até os Jogos Olímpicos. Além de
formar novos 'caveiras', o núcleo de instrução e treinamento da unidade vai
capacitar um número maior de policiais a partir deste ano para lidarem com todo
o tipo de missão, inclusive, antiterror.
A data quinta-feira
não alterou a rotina de trabalho intenso. Os policiais fizeram operações no
Complexo de Manguinhos, em Bonsucesso, para reprimir o tráfico e localizar
criminosos fugitivos de outras favelas das zonas Norte, Oeste, de Niterói e São
Gonçalo. Quatro morreram no confronto, drogas e armas foram apreendidas.
Criado na década de
1970, o Bope nasceu Núcleo da Companhia de Operações Especiais (NuCOE),
idealizado a partir do fracasso da PM no resgate do diretor do Instituto Penal
Evaristo de Moraes, o Galpão da Quinta, feito refém durante rebelião. Episódio
semelhante, quase duas décadas depois, foi o estopim para a maior mudança do
Bope.
O mal sucedido
desfecho do sequestro do ônibus 174 - que terminou com a morte de uma refém e
do sequestrador - também foi o marco da transformação do batalhão em uma
unidade especializada em todo tipo de ocorrência de alto risco e referência em
treinamento para polícias de todo o
país. De lá para cá, mais de 200 reféns foram resgatados pelo batalhão, todos
intactos.
Considerada
truculenta, a tropa de elite foi alçada à fama no rastro do sucesso do filme
homônimo, que caiu nas graças do público pelos bordões (quem não se lembra do
"Boa, Zero Meia"?) e pelo símbolo da unidade, a faca na caveira, que
significa a vitória sobre a morte.
Na história recente
do Bope também fazem parte momentos marcantes para o Rio, como as operações
de ocupação de mais de 64 comunidades,
principalmente o Complexo do Alemão e a Rocinha, antes temidos redutos do
tráfico.
Fonte: http://odia.ig.com.br
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