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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Nissan abrirá fábrica em Resende, no Rio de Janeiro



O presidente mundial do grupo Nissan-Renault, o brasileiro Carlos Ghosn, anunciou, após uma reunião com Dilma Rousseff que a Nissan construirá uma fábrica no Brasil e a Renault ampliará a que já tem no país.

O executivo disse que os respectivos investimentos e os detalhes dos projetos serão anunciados na quarta-feira em Curitiba, onde fica a fábrica da Renault, e na quinta-feira em Resende (RJ), onde será construída a da Nissan.

Em entrevista coletiva concedida no Palácio do Planalto, Ghosn revelou também que o grupo implantará um centro de desenvolvimento de novas tecnologias e produtos no Brasil, e relatou que conversou com Dilma sobre as potencialidades dos veículos elétricos. "Nós consideramos o Brasil, o quarto mercado mundial automobilístico, como um dos mercados mais estratégicos em termos de desenvolvimento em quantidade, mas também em desenvolvimento tecnológico", afirmou o executivo.

Ghosn admitiu que o grupo, cuja participação no mercado brasileiro é de cerca de 6,5%, tem uma presença no Brasil muito inferior à que possui em nível mundial em geral, que chega a 10%. Nesse contexto, afirmou que o objetivo dos investimentos é dobrar a participação no país até 2016 e chegar aos 13%.

O executivo explicou que a meta é ampliar a participação da Renault no mercado brasileiro dos 5,5% atuais para 8%, e a da Nissan de 1% para 5%.

Ghosn explicou que o Brasil é o quarto maior mercado de automóveis do mundo, apenas superado pelos Estados Unidos, China e Japão, mas que o país tem mais potencialidades devido ao fato de que a taxa de automóveis por mil habitantes é muito inferior se comparada à americana ou a dos países europeus.

Apesar de não ter fornecido mais detalhes sobre o investimento, fontes do governo do Paraná, citadas pela imprensa, disseram que apenas o investimento na ampliação da fábrica da Renault em Curitiba pode chegar a perto de R$ 1,5 bilhão. A ampliação, segundo as mesmas fontes, permitirá que a Renault aumente sua produção no Brasil dos atuais 220 mil automóveis ao ano para cerca de 300 mil.

Os automóveis da Nissan comercializados atualmente no Brasil são importados do México e uma pequena parte é produzida na Renault em Curitiba. A Nissan passará a produzir cerca de 200 mil automóveis ao ano com uma alta taxa de componentes nacionais e com fornecedores brasileiros em Resende.

Nissan/Renault devem reduzir importações, afirma Ghosn

Os investimentos da Nissan-Renault no país devem diminuir a necessidade de importação de veículos das duas marcas, afirmou Ghosn, em entrevista coletiva, após o encontro com a presidente Dilma. Segundo ele, a maioria dos carros da Nissan vendidos no país atualmente é importada do México.

Ghosn acrescentou que o Brasil atualmente é o terceiro maior mercado para a Renault no mundo, e pode chegar à segunda posição este ano, perdendo apenas para a França. Para a Nissan, porém, o país ainda figura apenas como um mercado em potencial. "O objetivo é manter o Brasil como mercado estratégico para Renault, mas também permitir que Nissan contribua mais para desenvolvimento do mercado brasileiro", disse o executivo.

Ghosn também considerou "totalmente razoáveis" as exigências do governo brasileiro de conteúdo local na fabricação dos veículos das companhias. Segundo ele, a obrigatoriedade de 65% de partes e peças nacionais para escapar da cobrança maior de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) é baixa, se comparada ao porcentual de 90% exigido na Índia e na China.

"Portanto, o exigido pelo Brasil é um nível que nós consideramos totalmente razoável para quem quer mesmo contribuir para desenvolvimento do país", completou.

Lucratividade

Ghosn garantiu que a lucratividade da Nissan e da Renault no Brasil não apresenta nenhum porcentual "excepcional" ante a média obtida pelo grupo nos demais países em que atua. Segundo ele, as margens da Nissan, inclusive, estão abaixo da média, enquanto as da Renault, um pouco acima, mas "nada significativo". "O Brasil é um país atrativo para investimentos, mas não acho que nenhuma montadora está obtendo uma lucratividade muito alta ante Rússia, China e Índia", disse, citando os demais países dos Brics como referência.

Segundo Ghosn, há fundamentalmente dois motivos por trás do fato de o consumidor brasileiro pagar mais caro por um automóvel do que similares em outros países. O primeiro, de acordo com o presidente das montadoras, é porque a carga de imposto incidente sobre os veículos é maior do que em outros países, como o Japão e a Europa.

O outro é porque há uma concentração muito elevada do mercado fornecedor, na avaliação de Ghosn. "Os fornecedores ainda não estão no nível de reduzir custos como nós queremos. Não vou atirar só sobre uma coisa em particular, mas os preços de algumas commodities no Brasil ainda são acima dos de outros países. Precisamos de mais concorrência entre os fornecedores", considerou.

Mercadante diz que Renault/Nissan estão sintonizadas

O ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, afirmou, após a reunião com Ghosn, que as companhias Renault e Nissan estão sintonizadas com o que deve ser a relação do Brasil com as montadoras automotivas. "Queremos aqueles que vêm para ficar, para gerar emprego. Para disputar o mercado, mas gerando desenvolvimento, emprego e tecnologia", afirmou Mercadante durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto.

"São investimentos de grande porte, que mostram o potencial do mercado brasileiro, que é hoje um dos principais da indústria automotiva internacional", considerou o ministro. Segundo ele, os investimentos no Brasil revelam a tendência de mercado que o país representa.

"O presidente da Renault/Nissan (Carlos Ghosn) disse que o Brasil tem hoje 250 veículos para cada mil habitantes. Na União Europeia, essa relação é de 580 por mil habitantes e, nos Estados Unidos, de 800", comparou. "Olhando as condições macroeconômicas do país, a perspectiva de vendas de veículos é muito promissora", acrescentou, salientando que o mercado hoje conta com 3,8 milhões de automóveis. "Não só o posicionamento no mercado internacional, mas a perspectiva de crescimento a médio prazo é absolutamente promissora."

Fonte: http://epocanegocios.globo.com

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