Dra Eliana Kuster
Na cidade, todos veem. Na
cidade, todos são vistos. O olhar e seus desdobramentos – o que ver, como ver,
a interpretação do que é visto – é uma das questões centrais do espaço urbano
desde o século XIX, com o crescimento das cidades e o surgimento de algo até
então inédito: o fenômeno da multidão. O olhar torna-se, portanto, crucial a
esse homem urbano, que procura reconhecer nesse outro – o desconhecido – os
sinais de amistosidade ou perigo. Esta importância da dualidade do olhar na
cidade é aqui investigada através de dois filmes: Janela Indiscreta, de Alfred
Hitchcock (1954), e Caché, de Michael Haneke (2005). No primeiro, os
personagens olham para a cidade. No outro, são vistos por ela. Nas duas
películas, temos as pontas do mesmo processo: a espetacularização da sociedade.
No meio, o cinema, desempenhando um de seus principais papéis: a construção de
representações das vidas humanas na cidade.
Fonte: Eliana Kuster -
Revista Brasileira de Gestão Urbana, Curitiba
Bom dia, Ciro.
ResponderExcluirApenas para esclarecer: este texto é meu, e fico muito feliz de vê-lo citado e com o crédito correto. A foto, no entanto, não é minha, ok? (embora eu fosse adorar ter os olhos claros da moça...)
Um abraço e uma boa semana!
Eliana
Por gentileza, posso usar a foto do seu perfil??? De Ciro Rod
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