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sábado, 30 de outubro de 2010

No final, PSDB tenta manter mobilização e PT crê em militância


Ao final do último debate, o vice do candidato do PSDB ao Planalto, Índio da Costa (DEM), entoava a jornalistas que a pesquisa diária do partido contabilizava 45 pontos percentuais para cada um dos candidatos, José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). Enquanto isso, em outra saída da emissora, tucanos comentavam o novo "cabo eleitoral": o Papa Bento XVI.

O prefeito paulistano Gilberto Kassab (DEM) acredita que "dá para tirar votos dela". Perguntado sobre as declarações do Papa a respeito do aborto, Kassab minimizou: "foi uma declaração interna, para integrantes da igreja e bispos". Mas tucanos admitem que a declaração possam exercer influência sobre o eleitorado católico, que, segundo o último Datafolha, vota majoritariamente em Dilma.

"No mínimo, deu empate. Então, a tendência é Dilma crescer", contra-argumenta, do outro lado do ringue, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB), vice na chapa presidencial da petista.

Coordenador jurídico e secretário-geral do PT, o deputado federal José Eduardo Cardozo observa que a campanha de Dilma aposta na presença da militância petista. "Nossa expectativa é crescer em cima da movimentação nas ruas", diz Cardozo. O ministro licenciado das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), informa que a militância participará do "processo de fiscalização" das eleições.

Já para o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia, o debate é fundamental e é possível mudar a tendência do eleitorado. Ele ressaltou que as pesquisas internas da campanha tucana apontam um cenário mais favorável a Serra e, sendo assim, ainda há como reverter a vantagem de Dilma nas pesquisas públicas.

Atuante nos périplos mineiros de Dilma, Padilha dribla a questão sobre a importância do ex-governador Aécio Neves na definição de Minas Gerais. "No segundo turno, a relação é direta do eleitor com os candidatos. Essa relação direta independe de algumas lideranças", assevera o ministro.

O governador de Sergipe, Marcelo Deda (PT), diz que o candidato tucano não possui espaço para crescimento no Nordeste. "Do ponto de vista da região Nordeste, é muito difícil qualquer alteração significativa. É onde Dilma tem mais apoio e onde o presidente Lula tem mais prestígio", analisa.

Deda minimiza os efeitos da mobilização da Igreja em torno do tema aborto, a partir do pedido do papa Bento XVI. "Acredito que, ao longo do segundo turno, os eleitores puderam perceber que o tema não é o aborto. Eu não diria que é um tema superado, mas as pessoas compreenderam que se trata de uma eleição, não de um plebiscito".

O deputado eleito pela Bahia, Jutahy Magalhães Jr. (PSDB), acredita que as abstenções serão, no Nordeste, ainda maiores do que no primeiro turno. O parlamentar opina que as declarações do Papa não devem interferir no resultado da eleição. No entanto, as manifestações dos petistas Frei Betto e Leonardo Boff teriam sido "desrespeitosas".

"Essa tendência (alta de Serra) está existindo. Nos nossos trackings, havia um movimento de queda. Agora, nos últimos dias, há um movimento de alta", reforça o governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB).

Para o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, o debate foi positivo, embora "muito engessado". A reclamação sobre o excesso de regras, que teriam limitado o embate, foi frequente. Questionado se o debate seria um fator que poderia alterar o cenário eleitoral - com Dilma na dianteira, segundo as pesquisas - o parlamentar pernambucano se esquivou: "ela não está na dianteira, as pesquisas estão erradas".

A diretora-executiva do Ibope, Márcia Cavallari, informa que as últimas pesquisas não indicam uma tendência de crescimento da candidatura Serra. "Sempre há uma chance por causa dos indecisos. Mas a diferença de intenções de votos é grande para indicar um crescimento de última hora", diagnostica ela.

Fonte: http://noticias.terra.com.br

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