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sábado, 20 de novembro de 2010

Dia da (in) Consciência Negra


Neste dia  20.11.2010, todos nós negros e brancos, temos que comemorar o Dia da Consciência Negra, por força da Lei nº 7.879, de 27.12.2002. Pois bem, no contexto das raças humanas enfoca-se àquela que extrai-se as mais acirradas discussões no campo científico, cultural, religioso e social, que é a raça negra. O feriado estadual seria para cultuarmos a insigne memória de Zumbi, rei dos palmares, que liderou o movimento negro no Brasil, nas lutas contra os fidalgos e monarcas do império colonial, senhores dos engenhos, junto aos quilombos e senzalas, nas propriedades rurais dos insípidos coronéis. Zumbi venceu, naquela época, a epopeia daqueles injustiçados e desprovidos de quaisquer tutela seja lá de quem fosse, para a proteção e sobretudo, a valorização da raça.

Ser negro no Brasil significa pertencer a uma parcela do tecido social, classificada como inferior em todos os aspectos culturais e sociais, iniciando-se pela remuneração da mão-de-obra do trabalhador negro com a do branco, conforme já comprovado através de pesquisas científicas sobre o assunto.

A mística de que não existe racismo no País é tão demagógica, cínica, desumana e que chega às raias da injustiça social, insculpida sob o manto da discriminação social, de forma ignóbil e camuflada, porém, perceptível a qualquer um do povo, que sofre no seu dia-a-dia, as desigualdades sociais em todos os ramos de atividades.

O movimento negro no País tem conseguido objetivar várias conquistas no combate às “diferenças de oportunidades”, notadamente àquelas referentes ao campo de atuação do negro na sociedade em que vive. Um exemplo clássico dessa assertiva, é a Rede Globo, que tem avançado muito no combate a estas desigualdades oferecendo trabalho e oportunidades para negros e brancos em todas as suas programações, seja na âncora de  telejornais, nas telenovelas, jornais e rádios. A Globo tem quebrado estes paradigmas com muita ênfase, aproveitando a mão-de-obra do negro de forma igualitária, sem quaisquer discriminações, o que deveria servir de exemplo para as demais empresas e instituições deste País.

Finalmente, lamentamos que o negro na atualidade, ainda necessite ser tutelado, no campo das discriminações, no direito das igualdades sociais, nas garantias constitucionais, no ingresso ao ensino de terceiro grau, ou seja: nas universidades, cujas cotas são asseguradas por meio de leis ordinárias, assim como da discriminação racial. Não podemos negar, somos tutelados no estado  democrático de direito no País.

O testemunho encarnado por Zumbi, serve de exemplo vivo e permanente para todos nós negros e afrodescendentes, os quais contribuímos decisivamente no desenvolvimento sociointegrado do Brasil.

Fonte: Nelson Pereira Lopes – advogado criminalista e membro da OAB/MT

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