O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Edward Madureira, defendeu ontem o Enem e minimizou a nova crise. Mas o secretário executivo Gustavo Balduíno não descarta a possibilidade de que algumas das 59 instituições ligadas à entidade desistam de usá-lo em seus vestibulares caso o calendário seja afetado.
'Somos usuários de um serviço do MEC. Caso esse serviço não atenda às expectativas, não há razão para que ele continue a ser adotado', afirmou Balduíno. Ele ressalta que a decisão é das instituições. 'Muitas baseiam o processo seletivo apenas no Enem. Outras, usam o teste para compor uma média. Da mesma forma que elas são livres para incluir o Enem, também são livres para deixar de usá-los, caso assim julguem necessário.'
Madureira, que está em Maputo, Moçambique, disse que 'não há elementos para que se tome medidas para suspender a prova'. Para Balduíno, é cedo para qualquer providência. 'Há algumas dúvidas, que vão além do problema das provas. Como denúncias do uso de celular. Precisamos checar se isso procede, conversar com o MEC.'
Balduíno disse que os problemas surpreenderam a Andifes. 'Nossa expectativa era de que tivesse dado tudo certo na aplicação do exame.' Mas para Madureira, essa nova crise 'não macula o processo de jeito nenhum'.
Segundo Balduíno, a entidade ainda não fez um pedido formal de esclarecimentos ao governo. 'É preciso deixar claro que universidades aderiram ao Enem pelo mérito acadêmico do modelo. Não há dúvidas da qualidade da prova. O problema gira em torno de problemas logísticos, problemas operacionais, que podem perfeitamente ser corrigidos.'
Madureira também disse que 'o novo Enem é uma proposta vitoriosa e o crescimento da adesão das universidades federais mostra que os conselhos universitários o aprovaram. Com o aperfeiçoamento do Enem, será um caminho sem retorno'.
O reitor da Universidade Federal de São Carlos, Targino de Araújo Filho, também defendeu o exame. Para ele, mesmo com falhas, o processo pode trazer inúmeros benefícios. 'Estou praticamente convicto de que nossa política de seleção de novos alunos, feita totalmente com base nos resultados do Enem, será mantida em 2011', disse.
Fonte: www.estadao.com.br
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