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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

OCDE Brasil vai continuar crescendo, mas ainda é 'vulnerável'


PARIS — A economia brasileira vive um ciclo de crescimento nos próximos dois anos, apesar de seus vaivéns, mais é "vulnerável" a uma desaceleração da China e dos países ricos, anunciou a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) em informe divulgado nesta quinta-feira (18/11).

"A economia brasileira está num ritmo notoriamente mais lento, depois dos altos índices de crescimento observados no começo do ano", mas "a expectativa é de que volte a subir, na medida em que o aumento da receita e a forte expansão do crédito apoiem o consumo privado", sustentou a OCDE, em seu informe "Perspectivas Econômicas".

Segundo as previsões, após uma desaceleração momentânea a partir do segundo trimestre deste ano, o PIB do Brasil deverá registrar em 2010 um aumento de 7,5%, sustentado pelo forte consumo interno.

A economia brasileira deverá continuar registrando uma forte expansão nos próximos dois anos, mas o país poderá enfrentar uma inflação maior do que o previsto, diz a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em seu relatório.

O documento lembra que "o consumo do setor público disparou antes da eleição presidencial" da qual saiu vitoriosa Dilma Rousseff, apoiada pelo presidente de esquerda Luiz Inacio Lula da Silva.

O documento aconselha, nesse contexto, "retirar assim que possível as medidas de reativação orçamentária", para conter os riscos de inflação.

O informe estima, além disso, que "a economia brasileira prossegue vulnerável ao abrandamento do crescimento na China e dos países da OCDE e das variações do apetite pelo risco em escala global", expondo-se à volatilidade em curto prazo e a mudanças" do estado de ânimo dos investidores.

Faz referência ao recente êxito da ampliação do capital da Petrobras, que permitiu à empresa controlada pelo Estado captar 67 bilhões de dólares.

"Isto aumentou a pressão sobre o câmbio, mas também ajudou a financiar o crescente déficit fiscal" do país, aponta.

A OCDE questiona, além disso, a eficácia das medidas tomadas pelo Brasil para reduzir sua exposição, como o aumento, em duas ocasiões, em até 6%, do Imposto sobre as Operações Financeiras (IOF).

"As intervenções e os impostos relacionados ao fluxo de capital, para limitar a valorização cambial podem tornar-se ineficazes e caros num contexto de maior equilíbrio cambial, devido às descobertas de petróleo", diz.

Segundo a organização, o lançamento de grandes projetos de infraestrutura deve contribuir para estimular novamente as taxas de crescimento do país nos próximos anos.

A OCDE, que reúne a maioria dos países considerados desenvolvidos, afirma que a retomada do crescimento econômico mundial continua, mas em um ritmo mais lento no curto prazo.

Fonte: AFP

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