Presidente eleita não quer manter cotas de ministérios hoje nas mãos de aliados
Irritada com a pressão dos partidos da base para que cada legenda mantenha no próximo governo os ministérios que já coordena, a presidente eleita, Dilma Rousseff, mandou um recado aos aliados: quer autonomia para decidir sobre suas indicações e não aceitará imposições de nomes para a Esplanada.
De acordo com a edição desta quarta-feira do jornal Folha de S. Paulo, Dilma tem mostrado sua irritação em conversa com interlocutores. A situação ficou ainda mais tensa com a aliança firmada entre PMDB, PR, PP, PTB e PSC para a formação de um superbloco na Câmara dos Deputados, que não teria agradado em nada a presidente eleita.
"A presidente eleita vai montar o seu ministério e cabe aos partidos da base aliada darem sustentação a isso. E todos nós vamos nos colocar contrários a pressões que dizem que tudo tem que ficar como está", afirmou ao jornal o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP).
Na semana passada, o PMDB apresentou a Dilma e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a conta do apoio ao PT na disputa presidencial. O partido do vice-presidente eleito, Michel Temer, exigiu a manutenção dos seis ministérios que já tem sob o seu comando. E mais: os peemedebistas querem indicar eles próprios os nomes que ocuparão as pastas. A ideia foi, então, aprovada pelos demais partidos da base. A aliados, Dilma tem confidenciado que não pretende atender a essa demanda, já que isso significaria a perda de sua autonomia para a definição da equipe.
Dilma recebeu na segunda-feira do presidente do PT, José Eduardo Dutra, um documento com as reivindicações de cada partido da base aliada para ocupação de cargos em ministérios. “Todos os partidos querem manter os espaços atualmente ocupados e na medida do possível ampliar”, disse Dutra na terça-feira, após reunir-se por quase duas horas com os coordenadores da transição Michel Temer, José Eduardo Cardozo, Antonio Palocci, Giles Azevedo e Clara Ant.
De acordo com a edição desta quarta-feira do jornal O Estado de S. Paulo, constam na lista de reivindicações não só pedidos para a manutenção de ministérios, mas também um “ágio” dos aliados. O PC do B, por exemplo, quer manter o Ministérios dos Esportes e ficar ainda com uma secretaria social, como a das Mulheres ou a da Igualdade Racial. Já o PMDB quer um lugar na equipe de conselheiros de Dilma, com lugar garantido na chamada reunião das 9 horas, quando todos os passos do presidente no dia seguinte são definidos.
Fonte: http://veja.abril.com.br
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