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sábado, 27 de novembro de 2010

Rio: Exército mantém cerco a favela no sétimo dia da guerra contra o tráfico


RIO DE JANEIRO, 27 Nov. 2010 (AFP) - As forças armadas brasileiras mantêm neste sábado, o cerco ao Complexo do Alemão, conjunto de favelas da zona norte do Rio de Janeiro, onde se entrincheiram traficantes no sétimo dia da operação de retomada da região pelo Estado que já deixou 35 mortos, constatou a AFP no local.

Na madrugada de sábado, ocorreram trocas de tiros entre bandidos e as forças de ordem, inclusive com balas traçantes, mas esta manhã a situação era de calma e os pedestres começaram a circular com certa normalidade.

"Aqui há circulação de pessoas perto do cerco militar. A situação é de tranquilidade neste momento. Carros e pedestres estão sendo revistados, quando saem ou entram ao complexo", relatou um jornalista da AFP, falando de um dos acessos do conjunto de favelas.

Enquanto isso, especialistas discutem nos meios de comunicação quando poderia ocorrer a invasão, que segundo o comando da PM, é iminente, mas a situação no local demonstra as dificuldades de uma operação a ser realizada em um local habitado por 400.000 pessoas e maior que muitas cidades brasileiras.

A dificuldade topográfica da região, suas ruelas sem visibilidade e a altíssima densidade populacional aumentam ainda mais o risco de uma eventual ação de tentativa de retomada do controle da área, nas mãos dos traficantes, explicaram porta-vozes da polícia.

Os moradores do local só querem que a situação se definam para poder voltar para suas casas.

"Esperamos que as coisas melhorem. Quero que isto se resolva (...) porque se não, nunca mais poderemos voltar para casa", disse uma jovem de 26 anos que se identificou apenas como Carla, em um dos acessos à Nova Brasília, outra favela do complexo.

"Estamos assustados, mas temos a esperança de que tudo termine bem e possamos recuperar algo básico: nosso direito de ir e vir", disse Jaime da Silva, de 60 anos, auxiliar de serviços gerais que mora em uma favela próxima, preocupado com parentes que vivem no Alemão.

O cerco para isolar a área foi concluído na madrugada pelo Exército, que tenta apoiar a ação policial contra grupos de traficantes que, desde domingo, praticam ataques contra postos policiais e incendiam veículos, e com confrontos que, segundo o último balanço oficial, deixaram 35 mortos.

A polícia tenta recuperar o controle da área, depois que, na quinta-feira, conseguiu reconquistar a vizinha favela de Vila Cruzeiro, de onde centenas de traficantes fugiram diante do avanço dos tanques do exército, sob o comando de grupos de choque da polícia militar.

O Complexo do Alemão é um reduto dominado pelo grupo criminoso Comando Vermelho (CV), um dos mais antigos da cidade e um dos três grandes bandos de tráfico de drogas carioca.

Seu líder, conhecido localmente como Marcinho VP, é acusado pela polícia de ser um dos mandantes da onda de incêndios e ataques policiais que levaram pânico à população do Rio de Janeiro e da região metropolitana, esta semana. O número de carros incendiados chegou a, pelo menos, 105, segundo contagem feita pela AFP com base em fontes e informes oficiais.

O traficante, que está atrás das grades, foi levado para um presídio de segurança máxima de Rondônia (norte), enquanto sua esposa e dois de seus advogados, acusados de terem transmitido suas ordens ao exterior, foram detidos na noite de sexta-feira.

O forte enfrentamento das forças de ordem no Complexo do Alemão acontecem às vésperas da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.

Fonte: http://noticias.terra.com.br

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