O mercado de telecomunicações está agitado e não apenas pela disputa acirrada travada entre a espanhola Telefônica e a portuguesa Portugal Telecom pelo controle da Vivo, operadora com o maior market share do setor no Brasil. A Intelig/TIM acabou de entrar no segmento corporativo de telefonia fixa com a oferta dos primeiros planos voltados para micro e pequenas empresas que tenham entre 50 e 500 funcionários. Em operação desde 31 de maio, o serviço tem abrangência nacional e entra na disputa por uma fatia estimada em mais de R$ 26 bilhões ao ano, incluindo banda larga e voz, hoje controlada principalmente pela Embratel e Oi em Minas Gerais.
“Este é um mercado com grande potencial de crescimento. A oferta, lançada há pouco mais de um mês, é dividida em dois conjuntos, sendo um de voz e outro de dados”, explica o gerente de marketing convergente da Intelig, Elisiário Cunha. O resultado da união entre as operações da Intelig e TIM, anunciada em abril do ano passado, é a redução das tarifas e criação de pacotes mais competitivos.
“A oferta de voz no pacote Sem Fronteira 23 tem três tarifações. Uma para ligar de fixo para fixo, nesse caso não importa se é ligação local ou a distância, o valor pago será o mesmo. Uma para destinos móveis, que também tem uma única cobrança, mesmo que seja fora do DDD. Caso a ligação seja destinada a um telefone TIM, em qualquer lugar do país, sairá de graça”, explica Cunha. No caso dos pacotes de dados, a opção fica entre o plano IP Fácil com conexão de 2Mbps a 30 Mbps e o IP Max com velocidades de 1, 2 e 3 Mbps.
Para Eduardo Tude, presidente da consultoria especializada no setor Teleco, a convergência na oferta de pacotes entre as empresas de telecomunicações é uma tendência mundial. “As operadoras estão buscando atingir os vários nichos de mercado e o de pequenas e médias empresas é um deles. A Intelig está se posicionando para concorrer com a Embratel”, observa. O setor agora parte para o chamado quadruple play, que engloba pacotes de telefonia móvel, fixa, TV por assinatura e internet. “Hoje já é triple play com a oferta conjunta de telefonia fixa, banda larga e TV por assinatura. Entra nesse cenário a telefonia móvel, que é uma tendência do futuro e para onde as empresas estão caminhando”, avalia Tude.
MOTIVO
Não é à toa que a Telefônica e PT lutam para conseguir chegar a um consenso, uma vez que a entrada da Vivo na exploração de pacotes unificados depende do desenrolar dessa negociação, que cabe agora ao governo português. Caso a venda da Vivo fosse aprovada, o plano espanhol para o mercado brasileiro já estaria de certa forma traçado. A espanhola poderia fazer a fusão entre sua operadora de telefonia fixa Telesp com a Vivo, o que possibilitaria a oferta de pacotes completos de voz. Como ainda é detentora da empresa de banda larga Speedy e da TV por assinatura TVA, a Telefônica ainda teria como opção a futura ampliação dos serviços.
Enquanto isso, a Claro e a Embratel vão pelo mesmo caminho com a possibilidade de união de suas operações no Brasil. “Já está em andamento e é uma questão de tempo”, avalia Tude. A Embratel já oferece aos cliente corporativos, planos conjuntos com a Claro. A convergência das atividades das empresas no Brasil estenderia os pacotes também para pessoas físicas com preços até 30% inferiores aos valores dos serviços vendidos separadamente.
Fonte: O Estado de Minas
Nenhum comentário:
Postar um comentário