Atualmente, mais de 250 mil pães são produzidos por mês nas cinco unidades penais do Estado onde o trabalho de panificação é desenvolvido.
Farinha de trigo, açúcar, fermento, ovos, margarina e sal. A receita simples de pão, através dos projetos de panificação desenvolvidos pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), transforma-se em capacitação profissional, trabalho remunerado e ocupação produtiva em presídios de Mato Grosso do Sul, e ainda representa uma possibilidade de contribuir com pessoas carentes.
Atualmente, mais de 250 mil pães são produzidos por mês nas cinco unidades penais do Estado onde o trabalho de panificação é desenvolvido. Além do próprio presídio, a produção abastece também outros estabelecimentos penais administrados pela Agepen, delegacias de Polícia Civil, Polícia Militar, Unidades Educacionais de Internação (Uneis) e, até mesmo, a entidades sociais.
Recentemente, foi inaugurada no Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho uma panificadora destinada a atender aos internos. A padaria foi equipada pela empresa terceirizada que fornece alimentação ao presídio. O local conta com estrutura moderna e é monitorado por câmeras de segurança. Quatro reeducandos trabalham na produção e recebem ¾ do salário mínimo (R$ 382,50) e remição na pena. Cerca de dois mil pães são produzidos diariamente.
Em Cassilândia, no estabelecimento penal de regime fechado são produzidos cerca de 55 mil pães por mês, que são distribuídos a entidades sociais, creches, escolas, trabalhadores da limpeza pública e famílias carentes do Município, entre outros. A iniciativa faz parte de uma parceria entre a agência penitenciária e a Prefeitura local, tendo como objetivo aproveitar o trabalho prisional em benefício da sociedade, além de ser uma forma de buscar a ressocialização dos custodiados.
Seis internos trabalham na padaria do presídio. Dois deles atuam como padeiro, recebendo benefício financeiro de ¾ do salário mínimo e diminuição de um dia na pena para cada três trabalhados. Os demais são auxiliares e recebem incentivo de R$ 50,00 e a remição. Um instrutor do Serviço Nacional de Aprendizagem industrial (Senai) é responsável pela capacitação dos trabalhadores, que assim como nas demais unidades onde o projeto é desenvolvido, recebem certificação profissional.
Já no Instituto Penal de Campo Grande (IPCG) são feitos 24 mil pães por semana, em média. Um convênio com a empresa terceirizada responsável pela alimentação no IPCG garante remuneração aos internos que trabalham no local.
Os pães são distribuídos a outras sete unidades prisionais da capital (incluindo as quatro Uneis), três delegacias e, ainda, à creche do Jardim Noroeste, que recebe 130 unidades diariamente.
A panificação também é uma opção para a ocupação produtiva de internos em Bataguassu, Corumbá, Paranaíba e Ponta Porã.
Para o interno José Soares, 43 anos, que atua na padaria do IPCG há dois anos e atualmente trabalha como o coordenador de produção, o conhecimento adquirido poderá abrir muitas portas quando conquistar a liberdade. “Quero trabalhar com isso, me especializar nessa área”, garante. “Meu maior sonho é conseguir montar uma panificadora quando sair daqui, e viver desse trabalho”, completa.
Padaria Escola
De acordo com a Diretoria de Assistência Penitenciária da Agepen, em breve, outras unidades também serão beneficiadas com o trabalho de panificação. Já está em fase de licitação a compra de equipamentos para instalação de padarias. Entre a unidades a serem beneficiadas estão a Penitenciária de Naviraí, o Estabelecimento Penal Masculino de Três Lagoas, a Penitenciária Harry Amorim Costa, em Dourados.
A instalação das novas padarias será financiada pelo Departamento Penitenciário Nacional, graças à aprovação de um projeto elaborado pela Agepen. Elas servirão também como um setor de aprendizagem do oficio, com certificação profissional dos internos.
O diretor de Assistência Penitenciária da Agepen, Leonardo Arévalo Dias, destaca que o trabalho de panificação desenvolvido nos presídios de MS representa um ganho para a sociedade, uma vez que o interno aprende uma profissão que poderá seguir quando estiver solto. “E com o trabalho ele não vai precisar recorrer ao crime para garantir o seu sustento e de sua família”, finaliza.
Fonte: Notícias MS
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