O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado que o Brasil pode conceder asilo a uma iraniana que foi condenada à morte em seu país por crime de adultério.
Durante um comício da campanha da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, em Curitiba, Lula fez um apelo para que o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, permita que a mulher, Sakineh Mohammadi Ashtiani, possa se asilar no Brasil.
"Apelo ao líder supremo do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que permita ao Brasil conceder asilo a esta mulher", disse Lula, de acordo com informações da Agência Brasil.
O caso de Ashtiani causou protestos da comunidade internacional e de entidades de defesa dos direitos humanos, após ela ter sido condenada à morte por apedrejamento pelo crime de adultério.
No início do mês, no entanto, as autoridades iranianas haviam afirmado que ela não seria mais morta por apedrejamento, embora a mulher ainda possa ser sentenciada à morte por enforcamento pelo crime de adultério e outras acusações que pesam contra ela.
Pedido
Esta não é a primeira vez que Lula comenta publicamente o caso de Ashtiani.
Na quarta-feira passada, durante uma coletiva em Brasília, quando questionado sobre uma campanha para que ele tentasse interceder no caso, Lula afirmou que "um presidente da República não pode ficar na internet atendendo todo pedido que alguém pede".
O presidente, no entanto, afirmou ter tentado interceder em outros casos de pessoas presas no Irã, entre eles, o da professora francesa Clotilde Reiss, libertada em maio.
"Agora, é preciso tomar muito cuidado, porque as pessoas têm leis, as pessoas têm regras, as pessoas... Se começarem a desobedecer as leis deles para atender ao pedido do presidente (do Brasil), daqui a pouco há uma avacalhação", disse Lula, que, no entanto, afirmou que nenhuma mulher deveria ser apedrejada.
Adultério
Sakineh Mohammadi Ashtiani, de 43 anos, está presa no Irã desde maio de 2006, quando um tribunal na Província do Azerbaijão Ocidental a considerou culpada por manter "relações ilícitas" com dois homens após a morte de seu marido.
Ela foi punida com 99 chibatadas. Mas, em setembro daquele mesmo ano, durante o julgamento de um homem acusado de assassinar o marido de Sakineh, outro tribunal reabriu um caso de adultério baseado em eventos que teriam ocorrido antes da morte dele.
No início deste mês, uma agência de notícias iraniana informou que autoridades judiciais do país haviam temporariamente cancelado a sentença por apedrejamento.
Ashtiani, no entanto, ainda pode ser sentenciada à morte por enforcamento.
Fonte: http://oglobo.globo.com
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