Uma fundação formada por apenas cinco voluntários fixos desafia empresas e governos de todo o mundo
São Paulo - Desde que foi lançado, no fim de 2006, o WikiLeaks nunca recebeu tanta atenção quanto nesta semana. A publicação de mais de 90 mil documentos que revelam informações secretas sobre a guerra no Afeganistão estremeceu as bases de autoridades dos Estados Unidos e Paquistão e mostrou que a mesma internet que ajudou a colocar Barack Obama na presidência norte-americana também pode se voltar contra seu governo. Mas os relatórios não são os primeiros documentos confidenciais a cair nas mãos do WikiLeaks (cujo "leaks" vem de "vazamento", em inglês). E certamente também não serão os últimos.
O site já publicou informações que apontaram a ideologia xenófoba de um partido político de extrema-direita no Reino Unido, denunciaram o ataque indiscriminado do exército americano contra um grupo de civis iraquianos, mudou os rumos de uma eleição no Quênia, desagradou instituições financeiras na Suíça e defensores da cientologia.
Atualmente, o site diz ter recebido mais de um milhão de documentos. Em março deste ano, o serviço de inteligência dos Estados Unidos emitiu um ofício no qual declarava que o WikiLeaks representava uma "ameaça às Forças Armadas".
Nada disso teria ocorrido não fosse uma pessoa: Julian Assange, de 39 anos, o ex-hacker australiano que fundou o site e definiu como ele iria funcionar. O WikiLeaks não tem fins lucrativos, não tem uma sede própria e funciona com uma equipe de apenas cinco voluntários fixos - um grupo entre 800 e mil pessoas, entre técnicos em informática, advogados e jornalistas, colabora esporadicamente. As fontes que passam as informações para o grupo são absolutamente confidenciais.
A política do WikiLeaks reflete a própria personalidade de Assange, uma figura discreta que evita ao máximo a exposição pública. O site Exame tentou entrar em contato com ele durante os últimos dias, sem sucesso.
Fonte: http://portalexame.abril.com.br
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