Disposto a entrar forte na corrida pelo Bandeirantes em 2014, prefeito disputa com tucano alianças e eventuais candidatos à sua sucessão
Adversários na última eleição municipal em 2008, o governador eleito Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (DEM) começam a ensaiar uma disputa pelo controle da sucessão da Prefeitura de São Paulo em 2012.
Kassab quer dar as cartas na indicação do sucessor, o que o fortalecerá na eleição de 2014, quando pretende concorrer ao Palácio dos Bandeirantes. O problema é que o futuro governador também tem planos e, segundo aliados, não deixará de indicar alguém do seu grupo para o cargo.
O atual prefeito, no entanto, impedido pela lei de disputar a reeleição, não estaria, segundo seus aliados, disposto a aceitar um candidato do PSDB sem total disposição de defender sua gestão à frente da maior cidade do País. Kassab quer usar a eleição de 2012 como plataforma de lançamento para 2014, ou seja, precisa de um aliado que defenda sua imagem e faça propaganda de seu governo.
Embora PSDB e DEM caminhem juntos em São Paulo , os dois governantes não possuem boa relação desde a disputa de 2008, quando Kassab derrotou Alckmin, que tinha decidido concorrer à Prefeitura mesmo sem apoio majoritário do seu partido.
Dirigentes do PSDB e do DEM começaram a discutir uma saída que contemple tanto alckmistas quanto kassabistas de modo que os dois partidos mantenham a aliança no Estado. Por enquanto, o único nome de consenso é o do candidato derrotado à Presidência, José Serra.
O tucano, no entanto, já disse publicamente não ter interesse em concorrer pela vaga. Além disso, pesa contra Serra o fato de ter renunciado ao cargo de prefeito em 2006, quando disputou o governo paulista.
Do lado do DEM, duas soluções palatáveis são o futuro vice-governador Guilherme Afif Domingos, filiado ao partido e indicado para a Secretaria de Desenvolvimento, e o senador eleito Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), que tem boa relação com os democratas.
Alianças. Durante todo o seu governo, Kassab, que herdou a prefeitura de Serra, aproximou-se dos tucanos paulistanos a ponto de ter grande influência no diretório do partido. Manteve ao seu lado secretários do PSDB, como Walter Feldman e Clóvis Carvalho, que deixou recentemente a Secretaria de Governo. Apoiou a eleição o tucano José Police Neto para a presidência da Câmara Municipal. E tem nomeado quadros que atuaram na gestão Serra no Estado de São Paulo.
As movimentações, no entanto, ainda dependem da eventual ida de Kassab para o PMDB. Embora os peemedebistas tenham apoiado a aliança PSDB-DEM em São Paulo , na última eleição, a troca de legenda por parte do prefeito paulistano poderia alterar o xadrez. Nesse caso, tucanos apostam que Kassab poderia lançar um candidato próprio do DEM-PMDB, que concorreria contra a indicação tucana.
Interlocutores de Alckmin avaliam que o futuro governador vai tentar ditar as regras da sucessão apostando num secretário do seu governo, como fez em 2004 – ano em que, diante da indefinição de Serra, ele ameaçou lançar o seu secretário da Segurança, Saulo Abreu.
Circulam no partido dois nomes que poderiam atender a essa regra: Bruno Covas, cotado para o Meio Ambiente, e José Aníbal, que poderia ocupar a Gestão Metropolitana. Corre por fora Gabriel Chalita, do PSB, que é aliado do tucano em São Paulo.
Enquanto o quadro está bastante indefinido na seara tucana, o PT, principal partido de oposição ao PSDB em São Paulo , aposta em dois nomes para a disputa em 2012: a senadora eleita Marta Suplicy e o futuro ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.
Marta tem a seu favor o fato de ter construído grande parte do seu capital político na capital. Mercadante conta com o entusiasmo da cúpula petista, após ter ido para o "sacrifício" na disputa pelo governo do Estado.
Dos partidos menores surgem nomes que começam a se colocar na disputa como forma de se fortalecer no trato com as legendas maiores. Do lado do PPS, Soninha Francine. Do PC do B, o vereador Netinho de Paula, que tentaria sair como vice na chapa do PT.
Fonte: http://www.estadao.com.br
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