O governo Lula encerrará seu ciclo com a contratação de 59.000 MW em energia nova, o equivalente a mais de quatro usinas hidrelétricas de Itaipu. O número já inclui os 2.100 MW contratados ontem, no último leilão realizado pelo governo federal dentro da atual gestão.
É um volume importante de energia nova para o país, sobretudo se considerado que a atual base instalada no Brasil deve alcançar, em 2010, 109.600 MW.
O grande desafio do governo federal agora é garantir condições para que esses projetos se transformem em usinas. O conjunto dessas obras pode conduzir o país a uma situação mais estável do ponto de vista do abastecimento elétrico.
Entre as obras que precisam sair do papel, por exemplo, está Belo Monte, no rio Xingu (PA), usina contratada em 2010 pelo consórcio Norte Energia. Sozinha, essa usina, que deve consumir mais de R$ 20 bilhões para ser construída, representa quase 20% de toda a nova capacidade contratada pelo governo do presidente Lula.
TÉRMICAS
De acordo com a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), 70% das usinas contratadas no período da gestão Lula são de fontes renováveis (biomassa, eólica e hidrelétricas). Os 30% restantes -o equivalente a 17.700 MW- são de usinas térmicas, a gás natural, óleo diesel ou carvão.
Com o novo modelo do setor elétrico, reformado em 2003 e aplicado a partir de 2004, o governo federal foi obrigado a realizar leilões regulares todos os anos para atender a demanda futura indicada pelas distribuidoras.
Dessa forma, sem projetos para levar aos leilões, o país foi obrigado ao longo de boa parte do governo Lula a contratar grandes volumes de energia de fonte fóssil, não renovável, um tipo de eletricidade cara e suja.
Só agora, no último ano do governo Lula, o país finalmente conseguiu contratar energia de fontes renováveis. Só neste ano, de acordo com dados da EPE, o Brasil contratou 17.000 MW de energia renovável. "Com certeza foi o maior volume de energia renovável contratada no mundo", diz Maurício Tolmasquim, presidente da EPE.
Isso só foi possível graças ao licenciamento de hidrelétricas com capacidade reduzida (em razão da diminuição dos reservatórios das usinas) e a maior oferta de projetos para serem licenciados pelo Ibama.
Para 2011, o governo quer manter a contratação majoritária de fontes renováveis. Mas admite que terá de contratar mais termelétricas.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br
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