Pesquisa de Saúde Bucal revela que 7 milhões de brasileiros com idade entre 65 e 74 anos precisam de tratamento, mas a produção anual beneficia apenas 500 mil. Boa notícia é que o Brasil entrou para o grupo de países com baixa prevalência de cárie.
O Brasil levará 14 anos para corrigir o déficit de próteses dentárias entre a população idosa do País. Uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde mostra que 7 milhões de brasileiros com idade entre 65 e 74 anos precisam do tratamento. A rede pública, porém, só atende 500 mil pessoas por ano.
"Precisamos repensar estratégias para atender a demanda em um prazo mais curto", disse o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Os dados integram a Pesquisa Nacional de Saúde Bucal, um levantamento feito com 38 mil pessoas nas 26 capitais e no Distrito Federal.
Atualmente, o País possui 664 laboratórios regionais para produção de próteses. "Uma das alternativas seria os municípios fazerem convênios com produtores locais", disse o ministro.
O trabalho, o primeiro que permite uma comparação histórica, mostra que a saúde bucal do brasileiro melhorou, mas há ainda muito o que avançar.
Melhoria. Uma boa notícia é que o Brasil passa a integrar o grupo de países com baixa prevalência de cárie. O indicador, batizado de CPO (sigla para dentes cariados, perdidos e obturados), que em 2003 era de 2,8, caiu em 2010 para 2,1. Para ser considerado de baixa prevalência, o país precisa apresentar um indicador menor que 2,6 - em uma escala que vai de 0 a 32, o número de dentes presentes na boca. O desempenho do Brasil é equivalente ao da Venezuela e inferior ao do Chile, que tem CPO de 1,9. A Argentina, por sua vez, exibe CPO de 3,4. "A Europa tem um índice médio de 1,6", afirmou o coordenador da pesquisa, Angelo Giuseppe Roncalli da Costa.
Ele considera a queda no período 2003-2010 bastante significativa. "A tendência é de que o CPO continue a cair, mas agora em uma velocidade mais lenta." Os dados se referem à população de 12 anos que, de acordo com Roncalli da Costa, retratam a tendência a ser seguida pelos países.
O número de crianças com até 12 anos que nunca tiveram cárie na vida cresceu de 31% para 44%. "Isso significa que 1,4 milhão de crianças não têm nenhum dente cariado, 30% a mais que em 2003", disse o coordenador do Programa de Saúde Bucal do ministério, Gilberto Puca. O desafio está no Norte, a única região onde o CPO subiu: de 3,1 para 3,2.
Entre grupos de idade mais elevada, a situação também melhorou. Entre grupo de 15 a 19 anos, houve uma redução de 30% de CPO no período, o que significa que 18 milhões de dentes deixaram de ser atacados por cárie. Entre adultos com idade entre 35 a 44, a redução foi de 19%: agora, o CPO é de 16,3.
Um dado despertou preocupação do coordenador da pesquisa: o índice de dentes de leite cariados caiu, mas 80% dos que apresentam problemas não recebem tratamento. "Há uma relação direta entre a saúde dos dentes de leite e dos permanentes." Costa atribuiu o baixo índice de tratamento a um pensamento incorreto de que, por ser temporário, o dente não merece atenção.
Fonte: http://m.estadao.com.br
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