Brasília - Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) começam a semana não mais como pré-candidatos à Presidência da República. Os três já homologaram as candidaturas nas convenções de seus partidos e agora seguem como candidatos oficiais à disputa ao Planalto.
De acordo com o calendário eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os partidos têm entre 10 e 30 de junho para deliberarem sobre coligações e escolher candidatos a presidente e vice-presidente. "Mas os candidatos optaram por realizar as convenções logo no início do cronograma para não precisar concorrer com os jogos da Copa", explicou Ricardo Ismael, professor de Sociologia da PUC-RJ.
Para Ismael, os candidatos e partidos devem agora se dedicar a organizar as empreitadas rumo ao Palácio Planalto. "Os comitês financeiros vão estar a todo o vapor; é tempo de arrecadar verba para campanha, conseguir doações etc", prevê o professor. Segundo ele, eventos estão fora de cogitação. "Não tem muito o que eles possam fazer nessa época que tenha um impacto tão grande no Brasil. Os candidatos devem, no máximo, adequar suas agenda à Copa do Mundo, e mostrar que estão acompanhando e torcendo", avalia o professor.
Nos discursos dos principais candidatos à Presidência, a palavra "Brasil" foi a mais repetida. Marina Silva, que confirmou sua candidatura na última quinta-feira (10), em Brasília, destacou que queria ser a primeira mulher negra presidente do Brasil. Marina criticou a flexibilização do Código Florestal, em discussão no Congresso. "As pessoas estão discutindo como flexibilizar o Código Florestal para perdoar 40 milhões hectares de áreas devastadas ilegalmente. Não queremos isso para o Brasil. Não podemos esquecer de dar uma resposta para isso", defendeu ela. Marina referiu-se ao vice Guilherme Leal várias vezes, falando da importância de ter o empresário como seu "par político".
O tucano José Serra confirmou sua participação no pleito como candidato do PSDB à Presidência no sábado (12), em Salvador. O ex-governador de São Paulo falou sobre seu passado pessoal e político, e criticou os gastos do governo. "Nas receitas das empresas públicas, os governos no Brasil arrecadaram 500 bilhões de reais até o início de junho. No mesmo momento em que o governo federal anunciava cortes nos gastos de saúde e educação, e que desacelerava as obras da transposição do São Francisco em Pernambuco e na Paraíba, gerando desemprego. Isso mostra simplesmente que o dinheiro público está sendo mal gasto", disse ele.
A candidata do PT à Presidência disse que quer dar continuidade ao governo do presidente Luis Inácio Lula da Silva e fazer do país "um Brasil de Lula com a alma e coração de mulher". Dilma Rousseff defendeu a continuidade do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e afirmou que, para que o Brasil siga mudando, é necessário investir maciçamente em infraestrutura. Dilma defendeu as parcerias entre o setor público e privado para "garantir investimentos que ampliem a competitividade de nossa economia". Dilma disse que almeja ser a primeira mulher presidente do país e, com isso, servir de exemplo para que meninas possam dizer "eu quero ser presidente do Brasil", ao serem perguntadas o que querem ser quando crescer. "É para elas que eu quero dedicar a minha luta e a nossa vitória", afirmou a candidata.
Fonte: http://portalexame.abril.com.br
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