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sábado, 19 de junho de 2010

Oi pede ajuda a Lula contra rivais

 
A Oi bateu na porta do governo pedindo ajuda para "blindá-la" de uma possível investida da Portugal Telecom, e impedir que o controle da companhia passe para a mão dos portugueses.

Em reunião que durou duas horas e meia na tarde de quinta-feira, o presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, e os sócios privados controladores da operadora - os empresários Sérgio Andrade, dono da Andrade Gutierrez, e Carlos Jereissati, dono da La Fonte Telecom - fizeram uma exposição detalhada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dados de crescimento da base de clientes, nível de endividamento, planos de investimento e de expansão foram apresentados ao presidente como argumento para pedir apoio. Há 18 meses, a Oi recebeu o aval do governo para adquirir a Brasil Telecom (BrT) e criar a "supertele" brasileira, que agora pode ser alvo do apetite de uma operadora estrangeira, caso a Portugal Telecom venda a participação de 50% da Vivo para a Telefónica. 

"O foco da reunião foi o fortalecimento da Oi/BrT como empresa brasileira", revelou ao Estado uma fonte do governo. Segundo essa fonte, o presidente Lula foi receptivo ao pleito da Oi e teria dito que o governo não apoia a venda da companhia, já que uma das bandeiras defendidas pelo Planalto ao apoiar a incorporação da BrT foi a criação de uma empresa brasileira forte. "Não é para vender não. Pelo contrário", teria dito o presidente Lula. Também participaram da reunião a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, e o assessor especial da Presidência da República, Cezar Alvarez. 

O pleito da Oi ocorreu no dia em que o BNDES reduziu sua participação na Oi de 31,36% para 16,89% das ações com direito a voto, em leilão realizado na BMF&Bovespa. Os fundos de pensão Petros (dos funcionários da Petrobrás) e Funcef (dos funcionários da Caixa) arremataram lotes iguais dos papéis e passaram a deter 10% de participação cada um. A Previ (dos funcionários do Banco do Brasil) já tinha 12,96% do controle da operadora e manteve seu porcentual. Fontes ligadas às negociações afirmam que a PT já negocia com os representantes do fundo a compra de uma fatia do controle da Oi, razão pela qual a operadora teria pedido ajuda ao governo. 

Outro temor da Oi é a concorrência do grupo do mexicano Carlos Slim, que controla a Claro e a Embratel. O grupo está integrando várias empresas que estão sob o seu guarda-chuva e, em breve, deve lançar ofertas agressivas no Brasil, unindo telefonia fixa, móvel, banda larga e TV por assinatura. Hoje, a Oi é a única empresa que oferece o pacote com os quatro serviços.

"Eles reclamaram muito dos mexicanos, que são o grande adversário da Oi", ressaltou a fonte do governo. Os empresários saíram "felizes" da reunião com o presidente. "Eles saíram sorridentes, pois o presidente disse que também quer uma empresa brasileira forte e que não quer vendê-la", relatou a fonte.

Fonte: O Estado de S.Paulo 

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