Jovens contam dramas parecidos com o vivido por Fátima na novela "Passione".
No conto de fadas sonhado pela mocinha apaixonada, esse final nunca chegou a ser cogitado. Rejeitada por Danilo, personagem de Cauã Reymond, Fátima, interpretada pela atriz Bianca Bin, não teve coragem de contar para a família que estava grávida.
“A Fátima dá muito trabalho para a mãe, para a irmã. Acho que por isso também rola esse afastamento, ela não se sente confortável para se abrir”, afirma a atriz Bianca Bin.
É uma realidade meio difícil de encarar, mas muitas meninas passam pela mesma situação que a personagem Fátima da novela “Passione” passou, como Liliane Santos que ficou grávida com 16 anos. “Fiquei um pouco nervosa com a reação de minha família, porque eu era muito nova”, lembra a jovem.
Para piorar, Liliane foi abandonada pelo namorado e nem nas amigas conseguia confiar. Ela revela ainda que tinha medo de contar para a mãe. “Tinha medo de ela me bater, me botar para fora de casa, de não me aceitar mais como filha dela”.
Quando Liliane decidiu enfrentar a mãe, sabia que teria seu bebê, com ou sem a ajuda dela. “Minha mãe ficou nervosa, porque eu era nova, e meu pai ficou agitado. Depois, ela veio aceitando”, diz a jovem. “Meu filho foi o primeiro neto homem que ela teve, e ela gostou. Foi o Vitor que mudou a cabeça dela”.
“Eu não queria ficar sozinha com dois filhos”, conta uma carioca que descobriu aos 19 anos que esperava um segundo bebê e também escondeu da mãe o quanto pôde. “Eu fiquei meio desesperada, porque minha filha era muito nova. Eu tinha acabado de começar a trabalhar. Eu me separei do pai dela, quando ela tinha dois meses”.
Assim como Fátima, ela recorreu a uma clinica clandestina, mas só conseguiu abortar na terceira tentativa. “Eu passei muito mal, porque, quando eu consegui, eu estava com quase 5 meses de gravidez. Eu fui para o Hospital Miguel Couto e fiquei internada quatro dias”.
Uma pesquisa feita em janeiro no Brasil com duas mil mulheres entre 18 e 39 anos revela que uma em cada sete brasileiras já fez aborto - a maioria, de forma ilegal.
“No Brasil, o aborto é permitido, não punível em duas circunstancias, em caso de risco para a vida da mulher ou em caso de estupro. Só nessas duas circunstâncias”, aponta Beatriz Galli, advogada especializada em direitos da mulher.
De 2003 a 2009, os atendimentos nos hospitais públicos por problemas decorrentes de abortos caíram cerca de 20%. Mas os números são alarmantes: só no ano passado, foram feitos quase 184 mil procedimentos pós-aborto. Quase 20% deles em adolescentes entre 15 e 19 anos.
“Isto é um problema de saúde pública”, afirma o ginecologista e obstetra Osmar Colás.
“A partir do momento em que este é um tema que passa a ser tratado com um viés da saúde pública, isso passa a ser um problema para o Estado. O Estado assume uma postura de realmente tentar prevenir a gravidez indesejada, garantir acesso ao planejamento reprodutivo, métodos contraceptivos. Então, muda e os valores passam a ser o acesso a saúde”, declara a advogada.
Antes de recorrer a um aborto clandestino, Fátima chegou a procurar um médico, mas ele disse que não podia fazer nada por ela.
“Hoje isso é inaceitável, como postura médica”, critica Osmar.
Diante das estatísticas, a grande preocupação dos médicos hoje é evitar as sequelas que os abortos clandestinos podem causar: hemorragias graves, perda de útero, infecções generalizadas e até morte.
“A orientação mais importante: eu não posso fazer o aborto, mas assim que a senhora terminar, me procure imediatamente ou procure um pronto-socorro e avise o pronto-socorro: ‘eu acabei de fazer um aborto”, recomenda Osmar.
Bianca Bin acredita que a história de sua personagem servirá como um alerta. “As meninas vão ver o que a Fátima fez e o quanto ela se deu mal. Eu torço para a personagem amadurecer com esse erro”, destaca a atriz.
Liliane encontrou um novo companheiro que ajuda a criar seu filho. E não foi só ela que formou uma nova família. “Estou grávida de novo. Graças a Deus deu tudo certo. Meu filho tem saúde e eu estou só esperando ele chegar”.
“A Fátima dá muito trabalho para a mãe, para a irmã. Acho que por isso também rola esse afastamento, ela não se sente confortável para se abrir”, afirma a atriz Bianca Bin.
É uma realidade meio difícil de encarar, mas muitas meninas passam pela mesma situação que a personagem Fátima da novela “Passione” passou, como Liliane Santos que ficou grávida com 16 anos. “Fiquei um pouco nervosa com a reação de minha família, porque eu era muito nova”, lembra a jovem.
Para piorar, Liliane foi abandonada pelo namorado e nem nas amigas conseguia confiar. Ela revela ainda que tinha medo de contar para a mãe. “Tinha medo de ela me bater, me botar para fora de casa, de não me aceitar mais como filha dela”.
Quando Liliane decidiu enfrentar a mãe, sabia que teria seu bebê, com ou sem a ajuda dela. “Minha mãe ficou nervosa, porque eu era nova, e meu pai ficou agitado. Depois, ela veio aceitando”, diz a jovem. “Meu filho foi o primeiro neto homem que ela teve, e ela gostou. Foi o Vitor que mudou a cabeça dela”.
“Eu não queria ficar sozinha com dois filhos”, conta uma carioca que descobriu aos 19 anos que esperava um segundo bebê e também escondeu da mãe o quanto pôde. “Eu fiquei meio desesperada, porque minha filha era muito nova. Eu tinha acabado de começar a trabalhar. Eu me separei do pai dela, quando ela tinha dois meses”.
Assim como Fátima, ela recorreu a uma clinica clandestina, mas só conseguiu abortar na terceira tentativa. “Eu passei muito mal, porque, quando eu consegui, eu estava com quase 5 meses de gravidez. Eu fui para o Hospital Miguel Couto e fiquei internada quatro dias”.
Uma pesquisa feita em janeiro no Brasil com duas mil mulheres entre 18 e 39 anos revela que uma em cada sete brasileiras já fez aborto - a maioria, de forma ilegal.
“No Brasil, o aborto é permitido, não punível em duas circunstancias, em caso de risco para a vida da mulher ou em caso de estupro. Só nessas duas circunstâncias”, aponta Beatriz Galli, advogada especializada em direitos da mulher.
De 2003 a 2009, os atendimentos nos hospitais públicos por problemas decorrentes de abortos caíram cerca de 20%. Mas os números são alarmantes: só no ano passado, foram feitos quase 184 mil procedimentos pós-aborto. Quase 20% deles em adolescentes entre 15 e 19 anos.
“Isto é um problema de saúde pública”, afirma o ginecologista e obstetra Osmar Colás.
“A partir do momento em que este é um tema que passa a ser tratado com um viés da saúde pública, isso passa a ser um problema para o Estado. O Estado assume uma postura de realmente tentar prevenir a gravidez indesejada, garantir acesso ao planejamento reprodutivo, métodos contraceptivos. Então, muda e os valores passam a ser o acesso a saúde”, declara a advogada.
Antes de recorrer a um aborto clandestino, Fátima chegou a procurar um médico, mas ele disse que não podia fazer nada por ela.
“Hoje isso é inaceitável, como postura médica”, critica Osmar.
Diante das estatísticas, a grande preocupação dos médicos hoje é evitar as sequelas que os abortos clandestinos podem causar: hemorragias graves, perda de útero, infecções generalizadas e até morte.
“A orientação mais importante: eu não posso fazer o aborto, mas assim que a senhora terminar, me procure imediatamente ou procure um pronto-socorro e avise o pronto-socorro: ‘eu acabei de fazer um aborto”, recomenda Osmar.
Bianca Bin acredita que a história de sua personagem servirá como um alerta. “As meninas vão ver o que a Fátima fez e o quanto ela se deu mal. Eu torço para a personagem amadurecer com esse erro”, destaca a atriz.
Liliane encontrou um novo companheiro que ajuda a criar seu filho. E não foi só ela que formou uma nova família. “Estou grávida de novo. Graças a Deus deu tudo certo. Meu filho tem saúde e eu estou só esperando ele chegar”.
Fonte: http://fantastico.globo.com
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