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quarta-feira, 30 de junho de 2010

BB descumpre norma da CVM, liga para clientes e oferece ações


Funcionário do banco telefonou para repórter de EXAME e recomendou a compra dos papéis, que seriam um "excelente negócio"

O Banco do Brasil desrespeitou norma da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que restringe a veiculação de material publicitário em ofertas de ações e proíbe a recomendação de compra dos papéis. EXAME constatou a irregularidade após um funcionário de uma agência do BB localizada na avenida Faria Lima, em São Paulo, ter telefonado para uma jornalista da revista para oferecer os papéis. Segundo ele, comprar ações do BB na oferta seria um "excelente negócio". A repórter recusou a proposta, já que todos os jornalistas de EXAME estão impedidos de comprar ações para evitar conflitos de interesse. O funcionário trabalha para o BB Estilo, o segmento do banco voltado para clientes de alta renda.A ligação foi realizada às 18h24. Os nomes tanto do empregado quanto da repórter que recebeu a ligação serão preservados por decisão de EXAME.

A CVM não permite que bancos e corretoras que fazem a intermediação de ofertas públicas de ações manifestem opiniões a clientes sobre a atratividade dos papéis. No caso do BB, a falta é ainda mais grave porque as ações em questão são as do próprio banco - e não de alguma empresa que contratou a instituição para trabalhar nos esforços de distribuição.

Para proteger as pessoas físicas que investem na bolsa, a CVM é bastante rígida em relação a ofertas públicas e exige que todo material publicitário usado na oferta seja previamente aprovado. O órgão regulador tem até mesmo a prerrogativa de suspender uma oferta pública caso entenda que algum material publicitário inadequado foi utilizado para ludibriar investidores. Em 2009, a CVM chegou a excluir 23 corretoras brasileiras que trabalhavam como intermediárias na oferta inicial de ações da Cielo (ex-Visanet) por causa de propaganda indevida.

Todas a informações relevantes sobre a oferta pública devem constar do prospecto divulgado ao mercado em anúncio nos jornais e nos sites das corretoras. Nenhum executivo do BB pode se manifestar sobre o assunto durante todo o período de duração da ofeta. Outra precaução da CVM é exigir que todos os interessados em comprar os papéis só possam reservar as ações após terem feito o download do prospecto. A medida visa proteger os investidores, que muitas vezes compram ações sem conhecer os riscos envolvidos em qualquer operação realizada em bolsa de valores nem os riscos específicos de cada oferta.

O período para a reserva de ações terminou nesta terça-feira. O BB planeja captar cerca de 10 bilhões de reais com a oferta pública de ações, que deverá elevar o percentual de ações do banco em circulação de 21% para 32% do total. O preço por ação será fixado nesta quarta-feira. Os novos papéis começam a ser negociados na Bovespa na sexta. Nesta terça, as ações ordinárias do BB (BBAS3) terminaram o dia negociadas a 25,50 reais, com queda de 4,14%.

Fonte: http://portalexame.abril.com.br   

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