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domingo, 13 de junho de 2010

Queda na violência reduz blindagem de carros no Rio de Janeiro

 
RIO - Mesmo que de um modo ainda sutil, a queda sucessiva dos índices de criminalidade destacados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) já começa a se refletir num segmento do mercado de segurança: o número de blindagens de veículos que custam entre R$ 130 mil e R$ 180 mil caiu este ano no Rio. Na avaliação de Carlos Miranda, gerente da AGO, concessionária da Mercedes-Benz, a queda varia entre 20% e 30%, em relação ao ano passado, na linha de veículos mais comprados pela classe média. Na dos veículos de R$ 300 mil para cima, não houve alterações, segundo ele.

Miranda salientou, no entanto, que a clientela cuja atividade profissional é exercida em bairros do subúrbio ou em cidades da Região Metropolitana não abre mão da blindagem. Ele recordou o caso de um conhecido, que preferiu entregar o relógio, de boa marca, a ter o vidro blindado atingido por um tiro.

- O motorista parou num sinal e alguém apontou uma arma para ele. Ele preferiu entregar o relógio a ter que trocar o vidro blindado, bem mais caro. A procura por blindagem tem diminuído bastante este ano. Antes, clientes de classe média ou média alta que compravam um carro na faixa de até R$ 180 mil blindavam o veículo para só depois usá-lo. Hoje não. Mas as pessoas que trabalham na Zona Norte, especialmente as que têm veículos com preços acima de R$ 300 mil, continuam pedindo blindagem. Ainda acho que a blindagem, embora piore o desempenho do carro, é um mal necessário.

O roubo de veículos no município do Rio caiu 22,8%, comparando-se os números de abril deste ano com o mesmo mês de 2009. Também na capital, os roubos com condução da vítima para saque em banco (sequestros-relâmpago) caíram de seis para um, no mesmo período. As Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) também podem estar por trás da queda dos pedidos de blindagem, de acordo com Phillippe Balbi, dono da Safe Guard Blindados, em São Cristóvão.

- A queda nos índices de violência, a pacificação das favelas e a perspectiva de mais segurança na Copa do Mundo e nas Olimpíadas têm contribuído para que potenciais clientes desistam de pedir o serviço ou talvez retardem a blindagem de seus veículos - disse Balbi.


Fonte: http://oglobo.globo.com

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