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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Na Flip, sociólogo diz que Brasil é bilíngue


Debatedores participam do último dia da 8ª Festa Literária Internacional de Paraty

Na tarde deste domingo (08/08), último dia da 8ª Festa Literária Internacional de Paraty, o sociólogo e escritor paulistano José de Souza Martins afirmou que o Brasil é um País bilíngue. Ele, o escritor inglês Peter Burke e o antropólogo Hermano Vianna participaram da mesa Gilberto Freyre e o século XXI.

"Não se fala apenas português no Brasil. Somos um país bilíngue. Falamos nhengatu, um dialeto. O sotaque caipira e sertanejo é uma herança desse dialeto. Em São Paulo, muitos nomes de bairros têm origem nhengatu, como Mooca, Butantã, Carapicuíba. Se não falássemos nhengatu, não viríamos à Paraty, que é uma palavra nhengatu", disse o sociólogo.

Na opinião dele, a sociologia usada por Gilberto Freyre em seus livros tem um estilo que o difere da maioria dos sociólogos, que é o bom humor.

"A sociologia dele é bem humorada para explicar o seu ponto de vista. A sociologia normalmente é sisuda".

Outra declaração de José de Souza Marins que chamos atenção foi sobre as raças no Brasil. Ainda segundo ele, é importante a população afro-descendente conhecer a origem dos negros que foram trazidos ao País para serem escravizados.

"Não existem três raças no Brasil (branco, índio e negro), como os professores ensinam de forma errada as crianças. Isso não é verdade. Há brancos no norte e do sul da Europa no Brasil. Os grupos de escravos que foram trazidos ao Brasil eram de diferentes culturas e regiões da África. Havia negros alfabetizados e outros de culturas mais simples", contou.

O escritor britânico Peter Burke também participou da palestra. Casado com uma brasileira, Maria Lúcia Pallares, que também é escritora, ele falou em português. Peter escreveu em parceria com a esposa o livro Repensando os trópicos: um retrato intelectual de Gilberto Freyre.

"O Gilberto definia a caipirinha como uma bebida tipicamente brasileira. E o futebol como futebol mulato", relembrou Peter, que reconheceu a dificuldade de traduzir para outro idioma a cultura e a diversidade de um outro país. "Ainda temos muito que aprender sobre o Gilberto".

Fonte: http://www.terra.com.br

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