RIO - Ao final do primeiro mês de trabalho do Censo no Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já concluiu a visita a 47% dos domicílios, que somam 36,37 milhões. Em um terço do período de entrevistas, cerca de 48% da população já foi recenseada, o que equivale a 92,697 milhões de habitantes.
O presidente IBGE, Eduardo Pereira Nunes, considerou o ritmo de entrevistas bastante acelerado, o que dá garantia, segundo ele, de que toda a população brasileira será recenseada até 31 de outubro.
Dados preliminares mostram que o número de moradores por domicílio caiu da média de 3,79 registrada em 2000, no último Censo, para 3,37 pessoas por domicílio. Com o aumento da população estimado em mais de 13% desde 2000, para 192 milhões de habitantes, o IBGE espera encontrar 58 milhões de domicílios a ser recenseados, número superior em mais de 30% em relação aos 44 milhões de domicílios recenseados na última pesquisa, há dez anos.
Até agora, oito municípios já foram totalmente recenseados. Há quatro em Santa Catarina (Lajeado Grande, Arvoredo, Pinheiro Preto e Entre Rios); um em São Paulo (Borá); um em Tocantins (Oliveira de Fátima); um em Minas Gerais (Santo Antônio do Rio Abaixo) e um em Pernambuco (Fernando de Noronha).
Os Estados onde o Censo está mais avançado são Rondônia (com 73,1% de domicílios recenseados), Roraima (71,6%) e Paraná (67,3%). Apesar de não haver municípios atrasados, já que todos estão acima do esperado para um mês de pesquisa, as entrevistas estão mais demoradas no Acre (42,4%), Amazonas (47,6%) e Rio Grande do Sul (48,1%).
De acordo com o presidente do IBGE, as principais dificuldades encontradas pelos recenseadores são as distâncias a ser percorridas na região Norte, o que eleva o tempo de coleta e de transmissão de dados. Nas grandes cidades, a dificuldade de encontrar moradores em casa pode atrapalhar o andamento do Censo. No entanto, a taxa de domicílios fechados, entre aqueles em que os moradores não foram encontrados e os que se recusaram a responder ao Censo, caiu de 15% na última parcial, há 15 dias, para 10%.
Outra dificuldade encontrada em alguns casos é a "timidez" para fornecer informações como renda, raça ou religião. Para solucionar esse tipo de problema, Pereira Nunes lembrou que a pesquisa pode ser respondida pela internet, mas até agora menos de 1% dos recenseados escolheram essa opção.
O Censo deve mostrar ainda, de acordo com o presidente do IBGE, que a população brasileira está de fato ficando mais idosa e que a proporção de mulheres permanece mais elevada do que a de homens, conforme mostraram pesquisas anteriores. A partir de hoje, será possivel acompanhar o andamento do Censo em cada município por meio do site do IBGE.
Fonte: Valor Online
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