Rio de Janeiro – O medo da violência pode deixar de ser um dos principais obstáculos enfrentados pelos recenseadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Rio de Janeiro este ano. Durante o Censo 2010, o instituto está distribuindo cartazes com a foto e o número de matrículas dos pesquisadores que serão afixados nos prédios e condomínios do estado.
Para o chefe da Unidade Estadual do IBGE no Rio, Romualdo Rezende, a medida vai tranquilizar os moradores. Eles podem ligar para o 0800 721 8181 e confirmar a identidade do recenseador. Mais de 17 mil pessoas estão responsáveis pelo levantamento das informações em 5 milhões de domicílios nos 92 municípios fluminenses. Cada recenseador tem uma área de pesquisa definida.
Rezende lembra que as informações são sigilosas e podem contribuir para “traçar uma radiografia de onde houve uma evolução maior, onde houve uma evolução menor e onde são necessárias políticas públicas mais fortes visando a investimentos em setores como saneamento, saúde e educação”.
Moradora de Ipanema, na zona sul da capital, Ivone Cabral Gruenbaum não sabia que a pesquisa começaria a ser feita hoje (1º) e foi uma das primeiras pessoas abordadas pelos recenseadores. A dona de casa disse que a identificação do pesquisador é suficiente para tranquilizar as pessoas e destacou que a pesquisa é importante para conhecer o país. “Se não participarmos, como vamos conhecer? A pessoa tem que responder e de preferência não mentir. Se não, não adianta nada.”
Este é o primeiro censo totalmente informatizado, ou seja, os recenseadores vão registrar as respostas em um equipamento digital e depois encaminhar para um centro de apuração. A expectativa é que esse método agilize o levantamento e a divulgação do resultado. Outras novidades do censo estão nas perguntas que incluem agora questões como cônjuges do mesmo sexo e considera a possibilidade de mais de um chefe de família em cada domicílio.
Os recenseadores foram selecionados após um processo seletivo e passaram por treinamento que incluiu ensino a distância e aulas presenciais durante duas semanas. Na capital fluminense, por exemplo, o recenseador que fizer o levantamento em até 300 domicílios ocupados, durante cerca de 20 dias, recebe R$ 1,6 mil.
Para o advogado aposentado, Antonio Fernando Paes Martins, de 78 anos, que participa pela primeira vez como recenseador, essa é uma boa oportunidade de conhecer melhor o Brasil. “Minha meta é participar, conhecer as pessoas. Eu gosto do meu país e das pessoas da minha cidade. Estou na terceira idade, mas isso é experiência e gosto de participar.”
Juan Ibañez de Paula Coelho, 22 anos, viu no censo uma oportunidade de emprego. “Trabalhava antes em um centro de reabilitação para jovens dependentes de álcool e drogas. Eu achei que [trabalhar como recenseador] seria uma experiência também humanamente importante e, além disso, ajuda a pagar meus estudos.”
Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br
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