Pesquisas do IBGE apontam que até o ano de 2025 o Brasil terá uma população de cerca de 32 milhões de idosos, ou seja, o país terá a sexta maior população de pessoas que já entraram na terceira idade do mundo. O crescimento acelerado dessa parte da população trará diversas mudanças socioeconômicas para o país. Uma delas é a consolidação da função dos Cuidadores de Idosos no mercado de trabalho como opção de emprego. Os salários podem chegar a R$1.200. Por isso, diversas instituições vêm investindo em cursos e programas nessa área. É o caso do Hospital Adventista Silvestre que promove o 13º Treinamento para Cuidadores de Idosos, curso que aconteceu em março, no auditório do Centro Médico do hospital, em Botafogo no Rio de Janeiro.
Segundo o médico geriatra Homero Leite, coordenador do curso, o aumento da procura por cursos e treinamentos de cuidadores é inevitável.
- Futuramente os técnicos em enfermagem não darão conta do aumento do número de idosos com necessidades. O Brasil ainda não é um país de idosos, mas daqui a 15 anos esses cidadãos representarão mais de 15% de nossa população. Sendo assim, o cuidador será uma figura bastante requisitada. E, claro, colocar alguém dentro de casa para cuidar de um idoso é uma tarefa delicada, uma vez que é preciso ter a confiança de que o idoso será cuidado com carinho, responsabilidade e, principalmente, conhecimento.
Normalmente quem cuida do idoso é o cônjuge. A mulher tem mais chance de cuidar do homem, porque, geralmente, é quem envelhece com melhor saúde. Mas também é muito comum os casais que envelhecem juntos cuidarem um do outro. O número de cuidadores profissionais vem aumentando com o passar dos anos e com o crescimento acelerado do número de idosos no Brasil.
A preocupação de formar mais cuidadores profissionais chegou, inclusive, ao Ministério da Saúde, que pretende preparar até o ano que vem, 62 mil cuidadores.
Homero Leite, médico do Hospital Adventista Silvestre, afirma que o novo curso tem o objetivo de orientar, prevenir e ensinar profissionais da área de saúde, familiares, estudantes ou pessoas que estão ao lado de um idoso de que maneira cuidar melhor dele.
- O curso terá como tema os cinco principais problemas de saúde que podem ser vividos por idosos. A insuficiência cerebral (a partir de doenças como o mal de Alzheimer ou seqüelas de acidentes vasculares cerebrais); a imobilidade; as incontinências (urinária, por exemplo) ; a instabilidade postural (perda de equilíbrio e favorecimento de quedas) e a iatrogenia (complicação advindas do próprio tratamento médico) – explica.
Segundo o Dr. Homero Leite, esses problemas serão os principais temas, mas ainda serão debatidos assuntos ligados à nutrição, cuidados de enfermagem e fisioterapia.
Leite explica ainda que a idéia de que os idosos são um peso ficou para trás. Atualmente, eles representam boa parte da população responsável pela estabilidade financeira das famílias, além da importância emocional que têm. "É importante lembrar que as pensões e as aposentadorias têm forte impacto socioeconômico e essa dependência de familiares em relação ao idoso trouxe outro tipo de problema: o estresse emocional", lembra o Dr. Homero.
- Os idosos passaram a se sentir responsáveis por toda a família. Ou seja, uma pessoa que já passou por quase todas as fases da vida, quando chega na idade em que deveria desfrutar de um descanso, ainda tem uma série de problemas para resolver. Por isso é importante que as pessoas estejam preparadas para lidar com as necessidades que o idoso possa apresentar – alerta o médico.
Fonte: JB Online
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