Duas notícias importantes que circularam na semana passada reforçam a expectativa de que a qualidade dos professores em sala de aula no país possa ter uma melhoria significativa nos próximo anos.
O Ministério da Educação (MEC) planeja implementar um Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente a partir de 2011. A medida se baseia na constatação de que os concursos públicos para professores na maioria dos Estados e municípios são de baixa qualidade. E que as secretarias de Educação têm pouca capacidade de reverter esse quadro. Assim, os gestores poderiam selecionar os professores para as redes estaduais e municipais com base na nota dos candidatos no exame nacional do MEC.
O novo exame vai buscar avaliar não apenas o domínio dos conteúdos curriculares, o que parece óbvio, mas também competências que fazem toda a diferença para o aprendizado efetivo, como a capacidade de identificar as dificuldades de cada aluno, os obstáculos que o impedem de ir adiante na vida escolar. E aí o professor deve ter condições de lançar mão de diferentes métodos para superar esses obstáculos. Já disse aqui e repito: do mesmo modo que ninguém pode dizer que vendeu se não compraram seu produto, ninguém pode dizer que ensinou se o aluno não aprendeu.
Ao mesmo tempo, ganha força no Congresso, com o apoio do MEC, o projeto que exige que todos os professores da educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) tenham curso superior. A proposta já foi aprovada na Câmara e agora está no Senado. Para se ter uma abrangência do projeto, um terço dos professores do país ainda lecionam só com o diploma no ensino médio.
São iniciativas importantes. Resta saber como vão se posicionar os candidatos à Presidência da República e aos governos estaduais sobre temas como esses. Se vão, por exemplo, ceder às pressões corporativas dos sindicatos e passar a campanha repetindo que aumento de salário é sinônimo de qualidade na educação.
Pagar bons salários é fundamental para atrair professores bem preparados e mantê-los motivados. Não adianta, porém, simplesmente pagar mais para quem não tem a capacitação adequada nem interesse em se aperfeiçoar ou não reconhece que, em primeiro lugar, vem o direito de aprender das crianças e dos jovens.
Daí a necessidade de elevar o rigor na seleção de quem vai entrar em sala de aula, além, é claro, de estabelecer metas de desempenho ano a ano.
Fonte: Destak Jornal SP
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