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sexta-feira, 21 de maio de 2010

Irã já cogita romper pacto com o Brasil

Vice-líder do Parlamento iraniano alerta que medida pode ser tomada se houver mais sanções

O polêmico acordo fechado entre Brasil, Irã e Turquia pode ser quebrado se as novas sanções endossadas pelos países membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Rússia, China, França e Grã Bretanha) entrarem em vigor.

A declaração é do vice-líder do Parlamento iraniano, Mohhamad Reza Bahonar.

– Caso o Ocidente aprove uma nova resolução contra o Irã, não nos comprometeremos com a declaração de Teerã, e o acordo de transferência de combustíveis no exterior será cancelado – disse o parlamentar, em entrevista a uma agência de notícias.

O compromisso estabelecido com o governo iraniano prevê a troca de combustível em território turco com o objetivo de colocar fim à crise nuclear iraniana e evitar que as sanções econômicas contra o país fossem aplicadas. O Irã enviaria 1,2 mil quilos de urânio de baixo enriquecimento para a Turquia, que devolveria o material enriquecido para um reator de pesquisas nucleares iraniano.

As negociações contaram com a participação direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan, que defendem a negociação com o país governado por Mahmoud Ahmadinejad no lugar das sanções que devem ser aprovadas pela ONU a partir de junho, após o rascunho traçado pelos EUA e apoiado pelos outros quatro membros permanentes do Conselho de Segurança.

Minoria dos 15 membros do CS é contra sanções

O ministro das Relações Exteriores francês, Bernard Kouchner, afirmou ontem que somente três dos 15 países que fazem parte do conselho estão relutantes quanto a uma nova resolução contra o Irã por seu programa nuclear, o que significa a existência de uma maioria favorável a sanções entre os membro do Conselho, não só entre os países com poder de veto. Segundo uma fonte diplomática ocidental, os três países em questão são Líbano, Brasil e Turquia. Para que a nova resolução contra o programa nuclear iraniano prospere, é necessária a aprovação da maioria (nove) dos 15 membros.

Em discurso na 13ª Marcha dos Prefeitos, Lula disse ontem que aqueles que não aceitam o acordo nuclear feito pelo Brasil e Turquia com o Irã “precisam ter inimigos”:

– É engraçado que algumas pessoas não gostaram que o Irã aceitasse a proposta, porque tem gente que não sabe fazer política se não tiver o inimigo, e eu sou daqueles que só sei fazer política construindo amigos.

Fonte: RBS

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