Pelo menos 250 Universidades Brasileiras já adotaram o Exame Nacional do Ensino Médio como parte ou substituição do vestibular. Na última quinta-feira (7), foi a vez da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) dizer sim à proposta do Ministério da Educação (MEC) que propõe a unificação do sistema de avaliação em todo o país.
A decisão de unificar o processo de seleção para ingresso de alunos substitui o vestibular pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e foi aceita por unanimidade de votos pelo Conselho Universitário da instituição. De acordo com o diretor da UFMS em Três Lagoas, José Antônio Menoni, a medida já era esperada. "Vamos abrir 50 vagas para Engenharia de Produção, 35 para geografia (bacharelado) e 50 para Direito. Essas vagas são para o vestibular de inverno, que adotará o resultado do Enem como parte das notas”.
Com a adesão ao programa nacional, a partir do ano que vem, a UFMS não realizar os tradicionais vestibulares de inverno e verão, eles serão substituídos pela prova elaborada pelo MEC. Apenas os exames agendados para esse ano serão realizados, mas com alterações [adesão parcial ao vestibular unificado - os candidatos serão submetidos ao Enem como primeira fase do processo seletivo. Além disso, farão o vestibular da universidade, cujas disciplinas cobradas serão definidas por cada curso, como segunda fase]. Apenas as provas de habilidades específicas serão mantidas. "Acredito que no começo de junho aconteça a inscrição para o Enem, mas ainda não há data confirmada", enfatizou.
A substituição dos atuais vestibulares pelo Enem faz com que os candidatos de todas as regiões do País tenham acesso às vagas disponibilizadas pelas universidades federais por meio de uma prova unificada, o que coloca em questão se esta seria realmente uma maneira certa para a entrada dos universitários na faculdade. "Não acredito que o Enem dificulte a entrada. Pelo contrário, este processo deverá elevar o nível dos nossos alunos”.
Ele ressalta que da forma como tem sido realizado, o exame privilegia a memorização. "A decoreba dará espaço ao aprendizado. As matérias não serão mais especificas, o que obrigará a educação ser mais intensa".
INSCRIÇÃO
O estudante de ensino médio que quiser ingressar em uma universidade federal deverá realizar o Enem e não será submetido a vestibular. As vagas nas instituições darão prioridade para os alunos que escolheram o curso como primeira opção, e que obtiveram melhor pontuação no Enem.
Caso o candidato não consiga se encaixar em sua primeira opção de vaga, ele continua concorrendo até a quinta opção escolhida, de acordo com a pontuação.
OPINIÕES
A diretora da Escola Estadual Dom Aquino Correa, Marizethe Bazé, disse que para a escola não há grandes mudanças. "Nosso professores estão preparados para educar para a vida. Independente de ser vestibular ou Enem trabalhamos para que o aluno saia vitorioso do Ensino Médio".
A diretora enfatiza ainda que a escola é uma das que mais insere alunos na Universidade Federal por meio do vestibular e garante que a realidade deve ser a mesma. "Sabemos que nossos alunos não têm condições de bancarem uma universidade particular, por isso concentramos nossos esforços e incentivamos a continuidade dos estudos e o ingresso na faculdade".
Para a acadêmica do curso de Biologia, Marina Fujii, o processo deverá dificultar o acesso à universidade. "Eu fiz um ano de cursinho, antes de ingressar na UFMS. Como sou de São Paulo, estudei matérias relacionadas ao Estado, pois sabia que o vestibular exigiria esses conhecimentos. Com o Enem esse tipo de informação deixa de ser cobrada; e outra questão que preocupa é o nível de educação de cada estado. Poderiam ter segmentado por região, não nacionalmente", ressaltou.
Fonte: Jornal do Povo de Três Lagoas
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