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quinta-feira, 20 de maio de 2010

Distúrbios do Sono

Causas

Não é fácil definir esse problema, que aflige cerca de um terço da humanidade. Isso porque, na realidade, a insônia não é uma doença, mas um sintoma de vários males. Para piorar, tem várias facetas. O caso clássico, aquele em que o indivíduo deita e não consegue pregar o olho, é apenas um tipo. Mas as pessoas que têm o sono picado ou acordam cedo demais também são consideradas insones. Outra pista para detectar as noites mal dormidas é despertar cansado com a sensação de estar em frangalhos.

Há três formas de insônia. A mais comum é transitória e dura no máximo uma semana. O tipo intermediário pode durar até três. Mas ela torna-se crônica se ultrapassar esse período. Aí é hora de procurar ajuda. É fundamental investigar as causas do problema e tratá-lo pois uma boa noite de sono tem funções vitais para a saúde.

As noites mal dormidas são apenas a ponta de um iceberg. Por trás delas podem estar fatores emocionais como depressão ou ansiedade, conflitos familiares ou no trabalho, álcool, doenças que causam dor ou desconforto como a fibromialgia, problemas hormonais, Parkinson, Mal de Alzheimer, mudanças de fuso horário, hábitos inadequados, predisposição genética e até mesmo outros distúrbios do sono.

Distúrbios do sono

Estes são os mais comuns, que podem ser detectados num exame chamado polissonografia (exame que esquadrinha a pessoa enquanto dorme. Durante a noite inteira, 22 sensores espalhados pelo corpo do paciente enviam informações sobre estágios do sono, movimentos do corpo, oxigenação do sangue, freqüência cardíaca, fala, entre outros. Esses dados podem flagrar 87 distúrbios do sono).

• Apnéia - são paradas na respiração durante o sono. A pessoa tem muitos despertares, mas às vezes nem lembra deles. Acorda cansada e vive sonolenta. É mais comum em homens obesos e roncadores.

• Narcolepsia - a vítima pode ter surtos de sono e simplesmente adormece no meio de alguma tarefa. O tratamento é feito com remédios e mudanças de hábitos, como cochilar em alguns momentos durante o dia.

• Síndrome das Pernas Inquietas - o indivíduo sente uma necessidade incontrolável de mexer as pernas durante o sono. Tem gente que chega a fazer mais de 50 movimentos por hora - e, por isso, acaba acordando várias vezes. Remédios e atividade física costumam resolver esse distúrbio.

• Bruxismo - o ranger dos dentes à noite ainda não tem causa bem definida. Atualmente, a melhor forma de controlar o problema é com um aparelho de resina que protege os dentes.

• Sonambulismo - mais freqüente em crianças, é aquele quadro típico em que a pessoa anda e fala enquanto dorme. Normalmente desaparece com o crescimento.

Conseqüências

Não se iluda: os efeitos das noites em claro vão muito além do cansaço no dia seguinte. É durante o sono que funcionam processos vitais. Veja o que acontece quando você dorme menos do que precisa:

• Cabeça - sonolento, o cérebro diminui a atividade. Isso compromete funções como a criatividade, a atenção, o equilíbrio e a memória. Além do humor, claro. Para se ter uma dimensão do problema, basta lembrar que as tragédias de Chernobyl e Challenger foram causadas por gente que estava caindo pelas tabelas.

• Ossos e músculos - cerca de 70% do hormônio do crescimento é secretado durante o sono. Nas crianças ele garante o ganho de peso e de altura. Nos adultos, responde pela renovação celular dos músculos e do esqueleto.

• Pâncreas - a produção de insulina despenca, atingindo níveis parecidos aos dos diabéticos.

• Coração e sistema digestivo - a falta de sono gera um efeito de estresse. O corpo produz, então, mais cortisol e adrenalina, os hormônios da tensão. Isso abre caminho para complicações cardíacas e digestivas. Essas substâncias também nocauteiam o sistema imunológico.

• Câncer - uma noite bem dormida ajuda a eliminar os radicais livres, moléculas que estão por trás de vários tumores e do envelhecimento precoce.

Tratamento

Para voltar a dormir com os anjos, além de afastar as causas da insônia, é preciso mudar certos hábitos - o que os especialistas chamam de uma boa higiene de sono. Nos casos crônicos, o médico também pode indicar terapias para ensinar a relaxar e, às vezes, remédios. Mas atenção: nada de sair por aí engolindo pílulas por conta própria. As drogas devem ser usadas com muitíssima cautela porque provocam dependência e tolerância. Em pouco tempo o corpo acaba pedindo doses cada vez maiores para produzir o mesmo efeito. E não se esqueça: eles não tratam a causa do problema.

Insônia nas crianças

"Meu bebê trocou o dia pela noite". Essa queixa é das mais comuns nos consultórios pediátricos. Mas relaxe: na enorme maioria dos casos, é apenas uma questão de (maus) hábitos. Afastadas as causas físicas (como as temidas cólicas), os especialistas recomendam algumas medidas simples para ensinar o pequeno a adormecer sozinho:

• oferecer algum brinquedinho ou xodó que o acompanhe durante a noite.

• passar alguns momentos ao lado do berço ou da cama fazendo coisas agradáveis, como ler historinhas ou desenhar,

• estabelecer horários fixos para ir para cama,

• não fazer o bebê dormir embalando-o no colo ou ninando-o. Ele deve aprender a dormir sozinho, associando o sono a um momento gostoso.

As crianças precisam dormir muito para garantir o desenvolvimento do cérebro. As noites em claro comprometem o crescimento, o aprendizado e o bem-estar delas - além do bom-humor dos pais, claro.

Boa higiene do sono
Para dormir com os anjos

Veja o que os médicos consideram uma boa higiene de sono:

1. Mantenha um horário regular para adormecer e acordar, todo santo dia.

2. Vá para a cama somente na hora de dormir. Nada de ler, falar ao telefone ou comer entre os lençóis.

3. Cuide para que o ambiente seja agradável: deixe o quarto escuro e silencioso. Se possível, regule a temperatura.

4. Escolha um colchão adequado, nem rígido nem macio demais. Lembre-se que em nenhum outro momento do dia você fica tantas horas na mesma posição.

5. Fuja do café e de outros estimulantes como o chá preto, o mate e alguns refrigerantes, além do cigarro.

6. Nada de ficar planejando as tarefas do dia seguinte nem resolvendo problemas na hora de dormir.

7. Não se engane como o aparente efeito relaxante do álcool: ele é garantia de noites turbulentas.

8. Não faça exercícios à noite, pois eles acendem o organismo.

9. Não se empanturre no jantar nem coma perto da hora de deitar. A digestão praticamente pára enquanto dormimos.

10. Faça atividades relaxantes após essa refeição.

11. Não assista TV no quarto. Ela é uma fonte enorme de estímulos capazes de deixar a pessoa mais alerta.


Fonte: http://saude.abril.com.br

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