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domingo, 16 de maio de 2010

Trem-bala ligará São Paulo e Rio dividindo cidades do interior



Pelo traçado referencial, Caieiras, a mais atingida, perde prédio da prefeitura e até hospital aberto em 2008

O trem-bala ainda desponta num horizonte longínquo e de futuro incerto, mas já causa barulho em cidades do interior do estado, que serão cortadas pela linha, que pretende ligar Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. O traçado referencial do trem de alta velocidade, chamado de TAV, divulgado pela Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), ligada ao governo federal, divide cidades, atravessa áreas de preservação ambiental e cruza distritos industriais.

O objetivo do governo é que o TAV entre em operação até 2016 para as Olimpíadas do Rio. A previsão é que a primeira etapa — entre São Paulo a Campinas — esteja pronta em 2014, para que Campinas, a 90 quilômetros da capital, possa ser uma das subsedes da competição.

Orçada em R$ 34 bilhões, a obra é o maior investimento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A ANTT aguarda apenas a liberação do Tribunal de Contas da União para publicar o edital de licitação. Investidores internacionais já estariam interessados em disputar o empreendimento.

Enquanto tudo segue em compasso de espera, a pequena cidade de Caieiras, na Grande São Paulo, com 107 mil habitantes, vê erguer o novo prédio da prefeitura sem saber qual será o tempo de vida dele. É que pela rota divulgada o trem que poderá atingir 350 km/h passa em cima do paço municipal. O prédio de seis andares, previsto para ser inaugurado no próximo ano, está custando aos cofres públicos R$ 12 milhões.

Na mira do trem-bala ainda estão a delegacia, a Câmara Municipal, uma escola e até o novo hospital, que começou a funcionar em 2008. “O trem passa na alma de Caieiras. A cidade ficaria dividida em duas”, observa o prefeito Roberto Hamamoto, afirmando que a cidade é a que deverá ter o maior número de desapropriações: cerca de 600 em três bairros. “A cidade teria que ser reinventada”, acrescenta o secretário de meio ambiente, Bonfilio Alves Ferreira.




Fonte: Diário de São Paulo

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